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LEÃO NO INVERNO (1968) - FILM REVIEW

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Ao assistir a um filme de sucesso hoje, você é capaz de dizer quem faz sua trilha sonora? Sem muito sofrimento, vou afirmar que não. Até um dos mais marcantes das últimas décadas, Hans Zimmer, tem ficado cada vez menos expressivo. 

As trilhas dos filmes clássicos, notavelmente, dos anos 60 em diante (e alguns casos ainda no final dos anos 50), eram um personagem em cena, gerando forte identificação com personagens e a própria produção. Recentemente, assisti Rambo 3, e o trabalho de Jerry Goldsmith é absolutamente memorável. Muitos Westerns spaghettis foram "salvos" pela trilha de Ennio Morricone. 


A música contava uma história, tal como os personagens. Quando comecei a rever "Leão no inverno" para escrever este post, percebi como a trilha de John Barry se assemelha á de Jerry Goldsmith (que era seu fã declarado) em A profecia. Não atoa, pois estamos diante de um filme de horror. Mas claro, sem monstros, demônios, espíritos, mas filhos disputando o poder. 

Na história, que se passa no Natal de 1183, o Rei Henrique II da Inglaterra (Peter O’Toole) promove uma reunião de família com seus três filhos e até mesmo com a Rainha Eleanor da Aquitânia (Katharine Hepburn), de quem ele está separado há vários anos e a mantém detida em um castelo distante, para impedir que ela interfira politicamente no seu reino. A razão deste encontro é para decidir quem o sucederá no trono. 

Enquanto ele prefere o filho mais novo, a Rainha deseja que o mais velho, Richard (Anthony Hopkins), herde a coroa, mas os três filhos não se importam com as preferências de seus pais e cada um planeja ser o próximo rei. Este quadro gera diversas maquinações e alianças dentro da família real, onde o poder a única coisa, que realmente importa.

A direção ficou a cargo de Anthony Harvey, que mesmo com uma curta carreira, conseguiu fazer alguns filmes memoráveis.  E antes de se tornar diretor, era editor, tendo feitos obras primas como Lolita e Dr. Fantástico.

Katharine Hepburn retratou seu próprio ancestral. Ela era descendente de Eleanor da Aquitânia por várias ramificações, tanto do casamento de Eleanor com Luís VII, rei da França, quanto do casamento de Eleanor com Henrique II, rei da Inglaterra.

Embora Hepburn e Peter O'Toole tivessem se conhecido vários anos antes, e ela fosse uma grande admiradora de seu trabalho, ela não tinha intenção de tolerar o comportamento tirânico que ele costumava demonstrar em suas produções. "Sabe-se que você se atrasa", disse ela no primeiro dia de trabalho. "Pretendo que você chegue na hora certa. Ouvi dizer que você fica fora à noite. É melhor você descansar de manhã se for trabalhar comigo." Katharine Hepburn ocasionalmente repreendia Peter e Anthony Hopkins por aparecerem bêbados ou de ressaca no set.

Apesar dos problemas comportamentais que Katharine Hepburn passava com O’Toole, ela elogiou seu trabalho tremendamente. Ela disse que o vigor e a energia dele ajudaram a restaurar sua própria vitalidade, em um momento em que ela realmente precisava. Peter disse que a primeira escolha para Eleanor da Aquitânia foi Katharine Hepburn, mas ele não tinha certeza se ela faria esse filme logo após a morte de seu parceiro de longa data Spencer Tracy. 

Esta foi a segunda vez que Peter O'Toole interpretou o Rei Henrique II. A primeira vez foi em Becket, o Favorito do Rei (1964). Ele recebeu indicações ao Oscar por ambas as performances.

Para surpresa da produção Hepburn nadava duas vezes por dia no mar gélido de inverno da Irlanda, no início da manhã e durante o intervalo para o almoço. Quando Peter O'Toole perguntou por que ela fez isso, ela explicou: "É o choque, tão horrível, que faz você se sentir bem depois."

O diretor Anthony Harvey e o diretor de arte Peter Murton decidiram tornar o cenário o mais fiel possível à época. Portanto, embora os personagens principais fossem da realeza, eles viviam em castelos sujos e com correntes de ar, em vez da visão higienizada e glamourizada da vida medieval que a maioria dos filmes teve. As figuras de pedra vistas durante os créditos de abertura foram descobertas por acaso pelo diretor Anthony Harvey, ao longo de uma estrada, enquanto as filmagens estavam em andamento na França.

Em muitos momentos, o filme parece uma peça de William Shakespeare com direção de Sidney Lumet, com vários diálogos intensos, proferidos pela família, em um local do castelo, se assemelhando à mise-en-scène de Lumet. Porém a história foi do roteirista, romancista e dramaturgo estadunidense James Goldman. E ele venceu Oscar logo no primeiro trabalho. Seus outros roteiros incluíram Robin e Marian e O Sol da Meia-Noite.

A peça de teatro original da Broadway escrita também por James Goldman estreou no Ambassador Theatre em Nova York em 3 de março de 1966 e teve 92 apresentações. O elenco incluiu Rosemary Harris como Eleanor da Aquitânia, Robert Preston como Henrique II e Christopher Walken como o Rei Filipe da França. Rosemary Harris ganhou o prêmio Tony em 1966 (Nova York) de Atriz em Drama. 

O personagem William Marshall (Nigel Stock) não aparece na peça em que este filme se baseia. Ele é, no entanto, baseado em uma pessoa real. Também chamado de Primeiro Conde de Pembroke, Marshall também serviu a Ricardo e João durante seus reinados, bem como ao filho de João, Henrique III.

Embora Peter O'Toole fosse o pai de Sir Anthony Hopkins, John Castle e Nigel Terry, ele era apenas cinco, sete e treze anos mais velho, respectivamente. Além disso, O'Toole era vinte e cinco anos mais jovem do que Katharine Hepburn. "Leão no inverno" foi a estreia de Anthony Hopkins em um longa-metragem e ele já começou com os dois pés na porta com uma de suas melhores interpretações.

Durante o Natal de 1183, quando o filme se passa, Leonor de Aquitânia, nascida em 1122, teria 61 anos. Katharine Hepburn, nascida em 12 de maio de 1907, também tinha 61 anos na época da produção (1968). Henrique II, nascido em 5 de março de 1133, tinha cinquenta anos durante o Natal de 1183. Peter O'Toole, nascido em 2 de agosto de 1932, tinha apenas 36 anos na época da produção, quatorze anos mais jovem do que o personagem que interpretava.

Para maior autenticidade, os atores e atrizes vestiram seus trajes o máximo possível antes de filmar uma cena, para que parecessem sujos e desgastados. Embora a figurinista Margaret Furse preferisse roupas escuras, Katharine Hepburn a convenceu a usar cores mais vivas para Eleanor.

Quando comecei neste negócio, meu agente me disse: nunca atue com crianças e animais, mas você, Peter, são os dois.

 Katharine Hepburn disse a Peter O'Toole após o término das filmagens


Mas acredite, eles não eram inimigos ou rivais. Apenas duas forças da natureza em cena.



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➤Informações do filme e da edição:

Elenco: Peter O'Toole, Katharine Hepburn, Anthony Hopkins
Direção: Anthony Harvey
Produtor: Martin Poll
Roteiro: James Goldman
Fotografia: Douglas Slocombe
Direção de Arte: Peter Murton, Lee Poll
Ano de produção: 1968
Pais de Produção: Estados Unidos
Formato de tela: Letterbox
Cor: Colorido
Duração Aprox.: 134 min.
Idioma: Alemão, Inglês
Legendas: Português
Extras: Cartazes, Fotos,Comentários dos realizadores,elenco.






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