COMANDO DELTA (1986) - FILM REVIEW
Revendo Comando delta, um dos mais gloriosos filmes da
Cannon, e de longe, um dos grandes filmes de Norris, junto com Mcquade, entendi
que é um filme sobre a inevitabilidade, algo abordado na série Lost, com um
personagem que insiste em salvar o outro, até que percebe o que todos nós
imaginávamos: é inevitável. Outra franquia bastante popular tratou do assunto:
Premonição.
A história de Comando Delta é outra, evidentemente. Mas
mostra a inevitabilidade como pontual na trama, já que inicia e encerra o filme
com ela. Na trama, terroristas sequestram um avião, fazendo uma série de reféns,
e exigindo que a aeronave leve todos para Beirute, no Líbano. O presidente dos
Estados Unidos convoca uma poderosa equipe de elite para contornar a situação:
O Comando Delta. Liderados pelo Major Scott McCoy (Chuck Norris) e o Coronel
Nick Alexander (Lee Marvin), eles devem eliminar os criminosos e resgatar os
inocentes, antes que seja tarde demais.
Mas o filme começa com Scott McCoy (Norris) salvando Pete
Peterson (William Wallace) do que seria a morte certa. Até pela segurança
própria, e da equipe, Scott deveria ter deixado Pete sucumbir. E a grande
sacada, ao final da produção, é que a morte de Pete era inevitável, vindo ele a
falecer de forma até boba, sem qualquer glória, mostrando como a
inevitabilidade da morte é recorrente, não só nos filmes, mas em nossas
próprias vidas.
Com um elenco estelar jamais reunido em qualquer outra
produção da Cannon, Menahem conseguiu juntar numa mesma foto: Lee Marvin, Chuck
Norris, Robert Vaughn, Steve James, Robert Forster, Bo Svenson, Martin Balsam,
Shelley Winters, Joey Bishopm, George Kennedy, Kim Delaney e até ponta de Liam
Neeson no início de carreira. Eric Norris (filho na vida real de Chuck Norris)
é um dos mergulhadores da Marinha dos EUA feito reféns.
Bronson acabou decidindo não aparecer no filme, embora
tenha feito Desejo de matar IV para Cannon. Ele foi substituído por Lee Marvin.
Marvin disse na época que o filme mostra ao público americano uma visão mais
ampla do terrorismo do que eles estão acostumados a ver na telinha e nas
notícias.
As filmagens começaram em outubro de 1985. Foi inteiramente filmado em Israel. As cenas do Pentágono foram feitas nas instalações do "Israel Studios" perto de Jerusalém, de propriedade de Menahem Golan e Yoram Globus. As cenas dos aeroportos de Atenas, Beirute, Argel e Tel Aviv foram filmadas no Aeroporto Internacional Ben Gurion e sua parte militar, a Base Aérea de Lod, embora uma cena do aeroporto de Atenas em que um cúmplice dos sequestradores saia de um táxi tenha sido filmada no terminal leste do Aeroporto Internacional de Ellinikon.
As cenas do saguão
(interior) do aeroporto de Atenas foram filmadas no atual Terminal Ben Gurion
(então o terminal principal). Jaffa foi usada para cenas de cerco e resgate de
reféns no interior de Beirute, incluindo cenas oceânicas à meia-noite.
História real? Sim, só que não.
O filme, embora ficção inspira-se em dois eventos da vida
real; o sequestro do voo 847 e a Operação Entebbe. Abaixo estão os principais
elementos da vida real e do filme.
No Voo 847 da TWA:
O sequestrado TWA 847 decolou de Atenas em 14 de junho de
1985. Já o ATW do filme também partiu de Atenas, em 19 de julho de 1985.
A abreviatura de companhia aérea no filme, American
Travelways Airlines, é ATW e é um anagrama da Trans World Airlines. O filme
retrata o avião como um Boeing 707, enquanto a TWA usou um Boeing 727 para o
vôo 847.
A rota da companhia aérea é Cairo-Atenas-Roma. Enquanto a
TWA 847 faz escalas em Boston e Los Angeles e termina em San Diego, o voo do
filme termina na cidade de Nova York.
Dois terroristas sequestram o voo, e o terceiro é preso em
Atenas na vida real e no cinema.
O voo é administrado por um comissário de bordo
alemão-americano, que é forçado pelos sequestradores a separar os passageiros
judeus dos não judeus, identificando-os por meio de passaportes coletados. O
comissário do filme é parcialmente baseado em Uli Derickson .
Um membro da Marinha dos Estados Unidos é baleado e
atirado para fora do avião na pista. O filme retrata o cenário como Argel à
noite, em oposição a Beirute durante o dia na vida real.
Capangas adicionais embarcam no avião junto com o
sequestrador liberado.
Já no “Operação Entebbe”. a cena de resgate de reféns
quando os comandos invadem os bairros terroristas é similar. E o fato de haver
uma mulher grávida está no voo.
O filme foi originalmente produzido com a cooperação do
fundador da Força Delta e oficial comandante original, Coronel Charles
Beckwith. Os produtores queriam contar a história da Operação Eagle Claw, a
tentativa fracassada de resgatar os reféns americanos do Irã em 1979, mas
queriam mudar a história para que a Força Delta concluísse sua missão com
sucesso. O coronel Beckwith deixou o projeto desgostoso.
A Força Delta é muito conhecida pela qualidade de seus
"Atiradores", que não foram retratados no filme. Eles são
frequentemente implantados em todo o mundo em pequenas equipes para tratar de
questões de segurança em embaixadas, consulados e bases, enquanto treinam e
fazem treinamento cruzado com outras unidades de elite de países da OTAN,
especialmente Reino Unido, Alemanha, Austrália e Nova Zelândia.
Lee Marvin estava doente com dores abdominais e cólon
inflamado durante as filmagens. Ele veio a falecer aos 63 anos, vitimado por um
ataque cardíaco, um ano depois do lançamento. Ele inclusive participou da divulgação
da produção, algo incomum, e deixou aberta a possibilidade de estar na
continuação, que se trataria da história de um regate num navio. A Cannon
também queria fazer uma série de TV. Nada disto aconteceu, e Comando Delta 2
parece mais um veículo feito para Norris brilhar que um filme de equipe.
Uma curiosidade sobre o elenco: Marvin e Steve James
nasceram em 19 de fevereiro. E um detalhe triste é que ambos faleceram
precocemente. James teve câncer, e partiu em dezembro de 1993, aos 41
anos.
Filmar no avião não foi agradável para os atores e
atrizes, já que as temperaturas em Israel atingiram quase quarenta graus célsius.
Shelley Winters e Menahem Golan tiveram várias discussões inflamadas sobre o
assunto. A certa altura, ela disse: "Não posso fazer isso, vou
morrer". Ele respondeu: "Faça isso e depois morra."
Felizmente, isto só aconteceu duas décadas depois. Como sabemos, era mesmo inevitável.
Veja abaixo detalhes da linda edição.
⇰ Embalagem: Amaray box translúcido + luva em cartão 350 gramas empastado laminado com aplicação de verniz local.