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O QUE FOI A NOUVELLE VAGUE TCHECA


Breve histórico do cinema Tcheco

O início do cinema é datado de 1895, quando os irmãos Lumiere patentearam o "Cinematografo". Este novo tipo de entretenimento foi trazido de Paris para Praga na virada do século pelo arquiteto Jan Krízenecký (1868-1921). Durante a primeira década do século XX, o cinema se transformou em divertimento público. A indústria cinematográfica americana desenvolveu-se muito rapidamente e chegou à Tchecoslováquia. Nos anos 20, diversos longas-metragens foram rodados na Tchecoslováquia. Eram principalmente melodramas com temas sociais. Até 1927, os filmes eram mudos, e à partir daí então foi possível sincronizar o som com a imagem. Este foi um período divisor de águas para atores e atrizes que não exploravam seus talentos verbais.  Muitos destes viram suas carreiras naufragarem.


As produções sonoras tornaram o cinema muito popular, claro. Praga era o grande polo cinematográfico. O número de produções aumentou progressivamente. Em 1931 foi dado início à construção do moderno estúdio de cinema, o Barrandov. A obra foi concluída 2 anos depois, e levou mais um ano em meio para a primeira produção sair do papel, "O Assassinato na rua Ostrovni" (Vrazda v Ostrovni ulici no original).  

O nome do Estúdio é uma homenagem a Joachim Barrande, um geólogo francês famoso. Ele doou as suas coleções de fósseis ao Museu Nacional de Praga, onde atualmente estão expostas. Joachim faleceu em 1883.

Um dos filmes mais famosos do cinema foi produzido na época: Êxtase.  O filme, dirigido por Gustav Machatý, causou polêmica na época por conta da nudez (gente, nudez em 1933, imaginem como era !!!) da atriz Hedwig Eva Maria Kiesler, mais conhecida como Hedy Lamarr, a bela que ceifou o coração de Sansão (Victor Mature) no clássico Sansão e Dalila, de 1949, dirigido por  Cecil B. DeMille. Como podem ver, o cinema Tcheco desde sempre foi vanguardista.


Após a invasão da Tchecoslováquia (1939), os alemães assumiram em grande parte os Estúdios de Cinema de Barrandov. Ou seja, os nazistas sabiam muito bem que o controle da mídia era muito importante para fins de propaganda. Joseph Goebbels expandiu o complexo para tornar os Estúdios Barrandov iguais aos grandes estúdios cinematográficos de Berlim e Munique. Foram adicionados três estúdios com uma área total de 4000 m˛. Durante a Segunda Guerra Mundial não houve filmes feitos com grande valor artístico. A maioria das produções filmadas em Barrandov eram de língua alemã com cineastas alemães (Leni Riefenstahl fez em Barrandov seu filme "Terra Baixa") .

Uma nova era foi anunciada pelo Golpe Comunista de 1947.  Os russos introduziram suas próprias idéias no filme tchecoslovaco e logo a censura estrita e o "realismo social" governaram. Esta tendência comunista no cinema foi submissa aos princípios marxistas e não foi nada mais do que uma glorificação do regime estrito e do idioma proletário.

Ao contrário dos anos cinquenta, que foi caracterizado por um reinado de terror, o governo no próximo decênio foi mais aberto. Os crimes do passado foram admitidos e a crítica sócio-política foi tolerada. Isso deu a uma nova geração de cineastas a oportunidade de criticar aspectos políticos e sociais em suas produções. Com inspiração nos colegas franceses, nasceu uma nova tendência e chamada de "Nouvelle Vague Tcheca".

A nova onda...

A Nouvelle Vague Tcheca foi um movimento artístico que surgiu da insatisfação com o regime comunista que havia tomado a Tchecoslováquia à partir do meio da década de 40.  De 1918 a 1946, a Tchecoslováquia foi um estado democrático semelhante à maioria dos estados de economia capitalista do ocidente. Com o término da Segunda Guerra Mundial e a ocupação soviética, o país torna-se uma república socialista, de regime semelhante aos vários outros surgidos no leste europeu na mesma época, seguindo com tal configuração até o colapso do socialismo em todo o leste europeu.


E claro que com tais mudanças, movimentos culturais passaram a se manifestar. Os estudantes da famosa FAMU (a mais notória faculdade de cinema de Praga)  tornaram-se dissidentes. Seu objetivo ao fazer filmes era conscientizar coletivamente o povo tcheco de que eles eram participantes de um sistema opressivo (dá para imaginar já de antemão que alguns diretores e filmes foram banidos, como mostrarei na lista mais abaixo).

Como todo movimento, há marcas que os identificam: diálogos longos e improvisados, humor negro e absurdo (Terry Gilliam se encaixaria bem aqui) e elencos de atores não profissionais (certamente inspiração para o movimento que viria algumas décadas depois na Dinamarca, o Dogma 95). As narrativas eram fortes, até por conta da indústria cinematográfica nacionalizada. Os realizadores tinha acesso aos estúdios e ao financiamento estatal. 

Aproveitando o sucesso internacional do movimento, algumas de suas principais figuras, como Milos Forman e Vera Chytilová, começaram a fazer ataques mais ousados ​​às autoridades comunistas. Enquanto o ataque à tradição e às falsificações do realismo socialista foi encabeçado pela geração mais jovem, a "old school" que pavimentou o caminho para o movimento juntou-se a este cenário, produzindo alguns dos seus melhores   mais revolucionários trabalhos. Um dos casos mais notórios foi Frantisek Vlácil.


Primavera de Praga

A Primavera de Praga foi um movimento encabeçado pelo líder comunista Alexander Dubcek para "humanizar" o Partido Comunista na Tchecoslováquia que, na época, desagradou a ex-União Soviética (URSS) e os partidários do ditador Jósef Stalin.  Lógico que ela (e os aliados do Pacto de Varsóvia) não deixaram barato e invadiram, dando um fim abruto ao movimento. Diretores fugiram do País (como o grande Milos Formam) enquanto outros permaneceram enfrentaram a censura de seu trabalho.

Dubcek assumiu o governo da Tchecoslováquia em janeiro de 1968 e promoveu reformas políticas, sociais, econômicas e culturais. Ele pretendia criar um socialismo com "face mais humana", no qual todo membro do Partido Comunista teria o dever de agir segundo sua própria consciência, e não apenas de acordo com o que ditava o regime socialista de Moscou. Os efeitos daquela "Primavera" foram amplos. Com a liberdade de imprensa restabelecida, houve um retorno no interesse de formas alternativas de organização política. Igrejas cristãs voltaram a ser ativas, assim como movimentos pelas minorias e pelos direitos civis.


Para quem não se lembra, O Pacto de Varsóvia foi firmado no dia 14 de maio de 1955 na cidade de Varsóvia, Polônia, reunindo os países do bloco socialista. Entre estavam a União Soviética, Alemanha Oriental, Bulgária, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Romênia. O Pacto era no âmbito militar e no econômico, mantendo a ligação entre os países membros. Mas as principais ações do Pacto de Varsóvia se deram na repressão das revoltas internas como no caso da Primavera de Praga.

Muitos dos diretores ativos nos períodos anteriores continuaram a trabalhar depois que a Nouvelle Vague se encerrou, incluindo Otakar Vávra e Jiří Menzel . Notável foi um filme de conto de fadas de 1973, o "Três desejos para Cinderela" , que se tornou um clássico de férias em vários países europeus, por exemplo, na Alemanha, Suíça, Espanha, Suécia e Noruega


Abaixo estão listados os 14 diretores e uma diretora que marcaram o movimento. Segue uma pequena biografia de cada um, bem os principais filmes de cada um:


Vera Chytilova nasceu em 2 de fevereiro de 1929, Ostrava , Tchecoslováquia. Considerada a primeira dama do cinema Tcheco, ela estava entre os cineastas emergentes da Nova Onda  no início dos anos 1960, mas ao contrário de seus contemporâneos, como Milos Forman e Jan Kadar , Chytilova não se mudou para o Ocidente.

Chytilova, uma estudante de filosofia e arquitetura , trabalhou por um tempo como desenhista, mas foi sua segunda carreira como modelo de moda que a expôs ao mundo do cinema, e ela entrou para o setor como continuísta. Em 1957, ela trabalhou para o cargo de assistente de direção e se matriculou na academia de cinema da FAMU em Praga.

Seu primeiro trabalho para o cinema foi Algo Diferente (1963).

Vera faleceu em 12 de março de 2014, Praga, aos 85 anos.
 Obra seminal na Nouvelle Vague: As Pequenas Margaridas (1966)


Frantisek Vlácil nasceu em 19 de fevereiro de 1924 em Cesky Tesin, na região da Morávia-Silésia, na República Tcheca. Estudou arte e estética na Universidade Masaryk, em Brno, dedicando-se ao cinema. Ele não passou pela famosa Escola de Cinema de Praga, mas aproximou-se gradualmente do cinema, trabalhando em oficinas de animação de fantoches e documentários. 

Seu talento foi detectado pela unidade cinematográfica do exército tcheco, que encomendaria trinta documentários de treinamento e propaganda. Internacionalmente, chama a atenção em Veneza em 1957, graças ao pequeno documentário Sklelená Oblaka , uma história sem palavras sobre um menino e um velho que compartilham a paixão por voar. 

Seu primeiro trabalho no cinema, dirigindo sozinho, foi "A pomba branca" de 1960.

Fran faleceu em 28 de janeiro de 1999 aos 74 anos.
 Obra seminal na Nouvelle Vague: Marketa Lazarová (1967), considerado o melhor filme Tcheco já feito.


Otakar Vávra nasceu em  28 de fevereiro de 1911. Vávra frequentou universidades em Brno e Praga, onde estudou arquitetura. Entre 1929 e 1930, ainda um estudante, ele participou da criação de muitos documentários e escreveu roteiros de filmes. Em 1931, ele produziu o filme experimental Světlo proniká tmou.  À partir de 1937, sua história no cinema se deu início.

Na década de 1950, Otakar Vávra, junto com um grupo de colegas cineastas tchecos, estabeleceu a Faculdade de Cinema da Academia de Artes Performáticas em Praga (Filmová Akademia muzických umění ou FAMU), onde ele ensinou por mais de cinco décadas. Entre seus estudantes estiveram alguns diretores da "Nova Onda Tcheca" de filmes, incluindo o futuro ganhador do Oscar Miloš Forman. 

Sua estréia  em longas foi com Panenství (1937) que conta a história da jovem e belíssima Hana, que  é jogada na rua depois que sua mãe flagra seu padrasto assediando sexualmente. 

Vávra faleceu em 15 de setembro de 2011, aos 100 anos.
➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: O Martelo das Bruxas (1970)


Milos (Jan Tomas Forman)  nasceu em 18 de fevereiro de 1932 em Caslav Checoslováquia, (atual República Tcheca ). Filho de Anna Svábová, diretora de um hotel de verão, e Rudolf Forman, professor, ambos de religião protestante. 

Durante a ocupação nazista de seu país, Rudolf foi preso por distribuir livros proibidos e morreu em Buchenwald em 1944. Sua mãe morreu em Auschwitz em 1943. Forman vivia com parentes durante a Segunda Guerra Mundial e, em seguida, descobriu que seu pai  biológico era na verdade um arquiteto judeu, Otto Kohn, sobrevivente do Holocausto. Ele teve um irmão, Pavel Forman, doze anos mais velho, um pintor que, após a invasão de 1968, emigrou para a Austrália.

Forman estudou na FAMU por quatro anos e passou a trabalhar em 1955 para a televisão. Ele foi diretor assistente de Alfred Radok e Pavel Blumenfeld. 

Sua estréia como diretor foi realizada com dois curtas-metragens em 1953: Konkurs e Kdyby ty muziky nebyly . Ele dirigiu "Pedro e Paula" em 1963. Junto com Ivan Passer, ele escreveu Os amores de uma loira (1965) e O baile dos bombeiros (1967), que foi seu último filme feito na Checoslováquia. 

Milos faleceu em 13 de abril de 2018 aos 86 anos.
➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: Baile dos bombeiros (1967)


Jaromil Jireš nasceu em 10 de dezembro de 1935 em Bratislava, Jires estudou na famosa escola de cinema de Praga, FAMU, formando-se em fotografia e direção. Trabalhou com o teatro Magic Lantern de 1960 a 1962, antes de fazer seu primeiro longa para os Estúdios Barrandov.

Após a tomada da Tchecoslováquia pela União Soviética, Jireš continuou a trabalhar no país, produzindo material menos controverso. Ele continuou fazendo filmes nos anos 80 e 90, incluindo documentários de balé e ópera para a televisão.

Seu filme de 1963 "O choro" entrou no Festival de Cinema de Cannes de 1964 .  É frequentemente descrito como o primeiro filme da Nova Onda da Checoslováquia . O filme é o retrato do cotidiano de um jovem casal em meio aos momentos que passam separados, e através de memórias, fantasias e sequências documentais. Ivana (Eva Límanová) anseia por uma vaga na seção de maternidade, enquanto Slávek (Josef Abrhám) ocupa-se com o trabalho de reparador de aparelhos televisivos.

Jaromil faleceu em 24 de outubro de 2001 aos 65 anos.
➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: O choro (1963), ainda que Valerie e sua semana de maravilhas (1970) seja seu melhor filme. 


Jiří Menzel é um diretor de cinema, diretor de teatro, ator e roteirista checo. Seus filmes muitas vezes combinam uma visão humanista do mundo com sarcasmo e cinematografia provocativa. Alguns desses filmes são adaptados de obras de escritores tchecos como Bohumil Hrabal e Vladislav Vančura.

Nascido em 23 de fevereiro de 1938 (idade 80 anos), Praga, República Checa. Começou a dirigir curtas em 1960. Se tornou conhecido porque em 1967, viu seu filme Trens estreitamente vigiados ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Menzel foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro novamente em 1986 com sua comédia de humor negro "Minha pequena aldeia" 

Seu primeiro filme foi Trens estreitamente vigiados, de 1966, que conta a história do jovem Milos (Václav Neckár), que seguindo a tradição familiar, começa a trabalhar como controlador de tráfego na estação ferroviária. Lá ele aprende o ofício, se apaixona, conhece um mentor e se envolve na guerra. 
➥ Obra seminal na Nouvelle Vague:Trens estreitamente vigiados (1966)


Nascido em 10 de julho de 1933, em Praga, Checoslováquia, foi uma peça importante na Nova Onda TCheca de meados da década de 1960. Passer trabalhou em estreita colaboração com Miloš Forman em muitos de seus filmes e dirigiu seu primeiro longa em 1965.  Após a invasão da Tchecoslováquia pelo Pacto de Varsóvia em 1968, Passer foi para o Ocidente, auxiliado por Carlo Ponti e vive e trabalha nos Estados Unidos desde então.

Seu primeiro filme, Iluminação Íntima (1965) conta a história do músico de sucesso Peter (Zdenek Bezusek) que retorna a sua cidade natal para tocar com um grupo musical formado por idosos e liderado por seu grande amigo Bambas (Karel Blazek). Juntamente com sua namorada Stepa (Vera Kresadlová), Peter chega ao local um dia antes, assim o casal aproveitará para "conhecer" a cidade e visitar velhos amigos.
➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: Iluminação Íntima (1965)


Juraj Herz nasceu em 4 de setembro de 1934 em Kezmarok, Tchecoslováquia. Além de diretor, foi ator e cenógrafo eslovaco. Seu filme "O cremador" é considerado um dos grandes filmes tchecos de todos os tempos. Dirigiu para cinema e televisão.

Filho de judeus, ele era um sobrevivente do holocausto,  tendo sido preso no campo de concentração de Ravensbrück durante sua infância.  Depois de frequentar a escola secundária em Bratislava , estudou fotografia na Universidade de Artes Aplicadas da cidade. Foi estudar direção e teatro de fantoches na Faculdade de Teatro da Academia de Artes Performativas de Praga (DAMU) ao lado de Jan Švankmajer, um dos grandes diretores Tchecos da história, porém que não figurou na nova onda. Juraj permaneceu em Praga depois de concluir seus estudos para trabalhar no Semafor Theatre e no  Barrandov Studios.

Sua primeira experiência trabalhando em filmes foi como diretor de segunda unidade.

Seu primeiro filme foi O signo do câncer, em 1966. O filme se passa em um ambiente hospitalar bastante bizarro, onde haverá um assassinato. Mas o filme é mais do que somente a investigação, pois mostra o perfil das pessoas que vivem no hospital.

Ele morreu em 8 de abril de 2018 em Praga, República Checa, aos 83 anos
➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: O Cremador (1969)


Elmar Klos nasceu em 26 de janeiro de 1910. Colaborou durante 17 anos com o seu colega eslovaco Ján Kadár e com ele ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1965 com o filme A pequena loja da rua principal. Ele começou a trabalhar com Jan Kadar nos anos 50. 

O primeiro filme que fizeram juntos foi Únos (1953). Klos trabalhou em alguns projetos anos antes, porém com poucas informações.

Ján Kadár, por sua vez, nasceu em 1 de abril de 1918. Ele estudou direito, mas em 1938 deixou seus estudos e começou a visitar a escola de fotografia e cinema do prof. Karla Plicky. Seu primeiro trabalho antes de iniciar a parceria com Klos foi Katka, em 1950. O último trabalho da dupla foi Desejo chamado Anada  em 1971. 

Anos depois, Elmar Klos descreveu sua cooperação com  Kadar com as seguintes palavras: "O motivo de nossa cooperação foi muito simples e prático. Não nos unimos apenas para nos completarmos, mas unirmos também pelas diferenças do que não sabíamos.

Klos faleceu em  31 de Julho de 1993 aos 83 anos.
Jan em primeiro de Junho de 1979, aos 63 anos.
 ➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: A pequena loja da rua principal (1965)


Pavel Juráček foi um roteirista e diretor de cinema tcheco que estudou na FAMU. Embora não seja tão famoso quanto Miloš Forman ou Jiří Menzel, ele também era um expoente da Nova Onda Tcheca.

Ele nasceu em  2 de agosto de 1935, Príbram, Tchecoslováquia. Filho de uma garçonete e designer de vitrine, ele foi expulso da Charles University de Praga depois de ganhar a reputação de “debochado sem limites”. Trabalhou como editor de jornal até ser aceito na principal escola de cinema tcheca, a  FAMU em 1957.  Foi roteirista de diversos filmes, entre eles, "As pequenas margaridas", de  Vera Chytilová.

Dirigiu apenas 3 curtas e 2 filmes, sendo eles obras surrealistas, que foram banidas depois  da invasão soviética de 1969. Ele foi demitido do Barrandov Studios por motivos políticos. Ele morreu prematuramente na véspera da queda do governo que proibiu seu trabalho.

Seu primeiro filme foi "Cada Jovem" de 1966. A estréia de Jurácek é filmada em duas partes. No primeiro, um cabo acompanha um recruta novato.  No segundo segmento, o mais longo, filmado com a ajuda do exército da Tchecoslováquia, os soldados passam o tempo durante o treinamento básico e manobras falando sobre meninas. No final do treinamento, eles planejam um grande baile em sua base com mulheres vindas da aldeia local.

Faleceu em 20 de maio de 1989, aos  53 anos.
 ➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: O Caso para um carrasco novato (1970).


Vojtěch jasný nasceu em 30 de novembro de 1925 em Kelch, em uma família  com a mãe professora e o pai oficial. Em 1945, enquanto estudava russo e filosofia,  uma reviravolta aconteceu e ele foi para a FAMU para estudar a câmera. Lá ele conheceu a pessoa que mais o influenciou, o professor Karel Plicka, que foi capaz de identificar rapidamente quanto talento ele tinha. Nos anos seguintes, Vojtech Jasny  trabalhou como assistente, onde foi sua escola. Durante os estudos, Vojtěch Jasný começou a trabalhar com Karel Kachyna 

Após dirigir alguns curtas e documentários, seu primeiro filme veio em 1955 chamado "Esta noite acabou". A produção foi realizada junto com  Vojtech Jasný. O filme conta a história de um jovem aventureiro, o soldado Milan Pazder. Num festa, ela se apaixona por uma linda jovem que alega estar no país em férias. Porém, as coisas não são como eles imaginam. 

Sua primeira produção solo seria realizada dois anos depois, chamada "Observando noites".

Vojtěch esteve entre muitos artistas e intelectuais que deixaram o país após a invasão liderada pela URSS  na  famosa Primavera de Praga de 1968. Jasný trabalhou em outros países europeus durante vários anos incluindo a Áustria, Alemanha Ocidental e Iugoslávia até se mudar para o Brooklyn, Nova York, no início dos anos 80. Jasný lecionou aulas de direção de cinema na Columbia University por vários anos (onde seu compatriota Miloš Forman também foi professor). 
 ➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: Um dia, um gato (1963)


Štefan Uher nasceu em 4 de julho de 1930. Depois de se formar na escola primária de Prievidza, o jovem Stefan Uher foi a Praga para estudar direção e documentário na FAMU de Praga no período de 1950 a 1955. Entre seus colegas estavam futuros diretores Martin Holly Jr. e Peter Solan. Ele começou  trabalhando nos estúdios de cinema Koliba (então chamado de Feature Film Studio e Short Film Studio) em Bratislava após a formatura.

Seu primeiro filme foi "Houve uma vez uma amizade" em 1958 e narrava a historia de uma garota que quer se tornar bailarina  Alguns sites colocam o filme  "Nós do grupo de estudo 9-A", como sendo o primeiro,  mas na verdade, este foi feito 3 anos depois. Sua personalidade no trabalho o tornaram inegavelmente entre os verdadeiros criadores da arte cinematográfica.

Faleceu em 29 de março de 1993 aos 62 anos
 ➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: O sol em uma rede (1962)


Karel Kachyna nasceu em primeiro de maio de 1924, em Vyskov. Kachyna foi um dos primeiros a se formarem na escola de cinema de Praga, a FAMU, onde estudou inicialmente Cinematografia. Sua carreira durou mais de cinco décadas. Após dirigir alguns curtas e documentários, seu primeiro filme veio em 1955 chamado "Esta noite acabou". A produção foi realizada junto com  Vojtech Jasný. 

O filme conta a história de um jovem aventureiro, o soldado Milan Pazder. Num festa, ela se apaixona por uma linda jovem que alega estar no país em férias. Porém, as coisas não são como eles imaginam. 

Sua primeira produção solo seria realizada no ano seguinte, chamada "Pista perdida". Ele foi mais um diretor que sofreu perseguições políticas, tendo filmes banidos.

Faleceu em  12 de março de 2004, aos 79 anos.
 ➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: Orelha (1970)


Jan Nemec nasceu em 12 de julho de 1936, em Praga. Ele estudou cinema na famosa academia de cinema, a FAMU de Praga, juntamente com os compatriotas Milos Forman, Vera Chytilova, Jiri Menzel e muitos outros. Seu longa-metragem de estréia, "Diamantes da Noite", introduziu uma estética de cinema puro baseada em fantasia e pesadelo, influenciada por Kafka, o movimento surrealista tcheco, e a paranoia muito real do estado político ao seu redor. Ele foi considerado  "enfant terrible", tendo diversos problemas políticos e filmes banidos.

Seu primeiro filme foi "Diamantes da noite" conta a história de dois jovens judeus (Ladislav Jánsky e Antonín Kumbera) que escapam de um trem em movimento com o intuito de fugir do campo de concentração. A partir do ocorrido, eles precisaram lidar com o arraso emocional e físico em meio ao caos e horror da guerra e a luta por comida, abrigo e sobrevivência.

Faleceu  em 18 de março de 2016, aos 79 anos.
➥ Obra seminal na Nouvelle Vague: A festa e os convidados (1966)

Importante:

A Versátil lançou “Nouvelle Vague Tcheca”, caixa em luva reforçada com 2 DVDs que traz inéditas versões restauradas de 4 clássicos do movimento que revolucionou o cinema da Tchecoslováquia nos anos 1960 e se tornou um dos mais premiados e transgressores dos novos cinemas do mundo. Mais de duas horas de vídeos extras, incluindo depoimentos e análises dos filmes. Edição Limitada com 4 cards.

Disco 1:

☛ TRENS ESTREITAMENTE VIGIADOS
(Ostře sledované vlaky, 1966, 96 min.)
De Jiří Menzel. Com Václav Neckár, Josef Somr, Vlastimil Brodský.

⇨ Sinopse: Numa estação de trem da Tchecoslováquia ocupada pela Alemanha durante a Segunda Guerra, acompanhamos os dilemas e aventuras dos funcionários Hubicka e Milos. Inesquecível obra-prima vencedora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

☛ A VIRGEM MILAGROSA
(Panna zázracnica, 1967, 93 min.)
De Štefan Uher. Com Jolanta Umecka, Ladislav Mrkvicka, Otakar Janda.

⇨ SinopseA misteriosa Anabella enfeitiça, com sua beleza, um grupo de jovens artistas para se tornar a sua musa, despertando desejos e também servindo-lhes de inspiração. Belíssima odisseia surreal pela cena artística eslovaca dos anos 1960.


Disco 2:

☛ DIAMANTES DA NOITE
(Démanty noci, 1964, 67 min.)
De Jan Němec. Com Ladislav Jánsky, Antonín Kumbera, Ilse Bischofova.

⇨ SinopseDois jovens judeus escapam de um trem que os transporta de um campo de concentração a outro. Durante a fuga, acompanhamos seus sonhos, desejos, lembranças… Obra-prima pacifista que busca a humanidade nos destroços da guerra.

☛ ILUMINAÇÃO ÍNTIMA
(Intimní osvětlení, 1965, 73 min.)
De Ivan Passer. Com Zdenek Bezusek, Karel Blazek, Miroslav Cvrk.

⇨ SinopsePetr, um músico de sucesso, volta à sua cidade natal para tocar com um grupo de músicos idosos, liderado por seu velho amigo Bambas, membro da orquestra local e professor. Uma comédia fascinante e melancólica sobre o elitismo cultural.


Informações técnicas da edição:


Títulos em português: Trens Estreitamente Vigiados, A Virgem Milagrosa, Diamantes da Noite, Iluminação Íntima
Títulos originais: OstÙe sledované vlaky, Panna zázracnica, Démanty noci, Intimní osv›tlení
País de produção: Tchecoslováquia, República Tcheca
Ano de produção: 1964-1967
Gênero: Drama
Direção: JiÙí Menzel, Štefan Uher, Jan N›mec, Ivan Passer 
Elenco: Václav Neckár, Josef Somr, Vlastimil Brodský, Jolanta Umecka, Ladislav Mrkvicka, Otakar Janda, Ladislav Jánsky, Antonín Kumbera, Ilse Bischofova, Zdenek Bezusek, Karel Blazek, Miroslav Cvrk
Idioma: Tcheco, Eslovaco
Áudio: Dolby Digital 2.0
Legenda: Português
Formato de tela: Fullscreen 1.33:1
Tempo de duração: 329 min.
Região: 4
Preto e Branco
Faixa etária: 14 anos

Extras: Especiais sobre os filmes (143 min.)

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