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HARDCORE: NO SUBMUNDO DO SEXO (1979) - FILM REVIEW

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O final dos anos 60 foi um momento de profunda mudança social nos EUA. Nos anos 70, o cinema recebeu de braços abertos a Nova Hollywood, com suas propostas autorais e avançadas. Neste cenário, surgiram muitos filmes impactantes: Taxi Driver, Poderoso chefão, Pat Garrett & Billy the Kid, Operação França, Exorcista, Tubarão ... Neste cenário, o roteirista Paul Schrader fez seu nome. E de quebra, ainda marcou o cinema na direção. Hardcore: no submundo do sexo é seu segundo filme. 

Na trama, Jake VanDorn (George C. Scott ) é um homem de negócios extremamente religioso do interior dos Estados Unidos cuja filha desaparece durante uma viagem à Califórnia. Após contratar um detetive particular ele descobre que ela está atuando em filmes pornôs clandestinos, mas várias semanas se passam sem mais notícias. Ele então decide ir procurá-la pessoalmente, e em sua busca acaba entrando no obscuro mundo da pornografia e prostituição.
Devido ao tema, a atriz Marilyn Chambers foi considerada para o papel de Niki, mas foi descartada, pois alguns produtores acreditavam que ela não passava perfeitamente a imagem de uma estrela pornô. Quanto a isto, eles não poderiam estar mais errados, já que em votação da revista AVN, realizada em 1999, ela foi eleita a 6ª Melhor Atriz pornô de todos os tempos.

O ator Warren Beatty desejava interpretar o papel principal, mas sob a condição de que Paul Schrader reescrevesse o roteiro de forma que, na história, o personagem estaria procurando pela irmã (e não pela filha). Como o roteirista rejeitou a proposta, o ator desistiu do projeto. Aliás, como de costume, filmes com pessoas de personalidades difíceis, sempre rendem problemas. No caso de Hardocre,  George C. Scott e o diretor Paul Schrader não se davam muito bem, tanto que em um momento Scott recusou a aparecer no trailer e ameaçou deixar o filme. Ele só concordou após forçar Schrader a prometer que nunca mais dirigiria (obviamente, o diretor voltou atrás sobre sua promessa. Ainda bem, já que seus filmes a seguir foram Gigolô americano e A marca da pantera)..Beatty então co-roteirizou e co-dirigiu sua própria produção que se chamou O céu pode esperar.
A prostituição adolescente já havia sido tratada por Paul Schrader em Taxi Driver, de Martin Scorsese, onde Jodie Foster (com então 14 anos) interpretou uma garota de programa. O filme foi baseado em uma história real que Paul Schrader ouvira falar na época, sobre uma adolescente do ensino médio residente no Michigan que desapareceu e acabou sendo descoberta em um filme adulto. Este pequeno escândalo evoluiu para a história contada no seu filme.

A produção foi filmada em lojas de sexo real, clubes de strip-tease, cinemas pornográficos, salas de massagem e estúdios de filmes. Isto trouxe grandes dificuldades para a produção já que em vários locais as pessoas não aceitavam serem filmadas até porque, muitos deles eram médicos e advogados casados. George C. Scott admitiu mais tarde que, embora gostasse do roteiro, nunca teria aceitado o papel se soubesse que o filme seria filmado em locais reais tão decadentes.
O título tem duplo significado. O primeiro e mais óbvio, pornografia. O segundo significa uma pessoa extremamente dedicada a alguma coisa. No Brasil ganhou um subtítulo, direcionando o público. Curiosamente, um filme com o mesmo título, Hardcore (1977), uma autobiografia ficcional da estrela do sexo dos anos 70, Fiona Richmond , havia sido feito e lançado pouco tempo antes. Ambos os filmes continham histórias sobre as filhas de homens religiosos.

O filme é sobre pornografia, mas não é um filme pornográfico. O filme não apresenta cenas reais de "sexo hardcore", mas essas cenas são apenas discretamente implícitas ou sugeridas e nunca retratadas de maneira indiscreta nem chocante.
O ator principal George C. Scott interpreta um personagem religioso calvinista neste filme. O filme foi lançado no ano do 20º aniversário do primeiro filme de Scott, A Árvore dos enforcados. Nesse filme de estreia, Scott também interpretou um personagem religioso, o fanático George Grubb. Esta influência do seu personagem em Hardcore vem da experiência do diretor.  Nascido e criado em uma comunidade puritana dos calvinistas holandeses locais, foi só na universidade que entrou em contato com o cinema. Até aí esta prática estava-lhe interdita. O jovem estudante de Teologia apaixona-se por mestres como Bergman, Dreyer, Bresson, Fellini, Antonioni e Ozu. Decide substituir a Teologia pelo Cinema, com a mesma dedicação. Já em Los Angeles, vê cerca de mil filmes durante um ano, começando a trabalhar como crítico, ao mesmo tempo em que se diploma em Teoria do Cinema. A partir de 1972 começou a escrever roteiros para filmes.

Hardcore é um exemplo de como o cinema dos anos 2000 ficou mais explícito, mas menos ousado...Sorte nossa que podemos recorrer a obras como esta, sem esperar muito do cinema atual.
Por sua conta e risco, pode entrar no post que lista filmes que tratam da indústria pornográfica, como Hardcore: clique no link 💋



A Versátil lançou “Cinema Policial Vol. 4”, caixa em luva reforçada com 2 DVDs que reúne 4 filmes policiais inéditos dos anos 60 e 70 dirigidos por grandes diretores como Paul Schrader e Don Siegel e estrelados por astros como Richard Widmark, Henry Fonda e George C. Scott, além de muitos extras. Edição Limitada com 4 cards.

Disco 1:

HARDCORE: NO SUBMUNDO DO SEXO (Hardcore, 1979, 108 min.)
De Paul Schrader. Com George C. Scott, Peter Boyle, Season Hubley.

⇨ Sinopse: Um homem religioso e conservador se aventura pelo submundo do sexo na Califórnia, em busca da filha adolescente que está fazendo filmes pornô. Perturbador filme da Nova Hollywood do diretor de “Fé Corrompida” e roteirista de “Taxi Driver”. 

A POLÍCIA DA ESTRADA (Electra Glide in Blue, 1973, 113 min.)
De James William Guercio. Com Robert Blake, Billy Green Bush, Mitchell Ryan.

⇨ SinopsePolicial rodoviário passa seus dias patrulhando uma estrada quase deserta no Arizona enquanto sonha em ser detetive, até que um dia encontra um cadáver. Uma das pérolas do cinema policial norte-americano dos anos 70.


Disco 2:

OS IMPIEDOSOS (Madigan, 1968, 100 min.)
De Don Siegel. Com Richard Widmark, Henry Fonda, Inger Stevens.  

⇨ SinopseNo Harlem espanhol de Nova York, os detetives Madigan e Bonaro têm 72 horas para prender um criminoso procurado por homicídio no Brooklyn. Ótimo filme policial dirigido por um mestre do gênero, Don Siegel (“Dirty Harry”). 

MIKEY E NICKY (Mikey and Nicky, 1976, 106 min.)
De Elaine May. Com Peter Falk, John Cassavetes, Ned Beatty. 

⇨ SinopseNa Filadélfia, um apostador que roubou dinheiro da máfia está se escondendo e pede a ajuda de um amigo de infância para fugir de um matador. Inesquecível policial sobre a amizade interpretado pela célebre dupla Cassavetes e Falk.


Informações técnicas da edição:

Títulos em português: Hardcore: No Submundo do Sexo, A Polícia da Estrada, Os Impiedosos, Mikey e Nicky
Títulos originais: Hardcore, Electra Glide in Blue, Madigan, Mikey and Nicky
País de produção: Estados Unidos
Ano de produção: 1968-1979
Gênero: Policial
Direção: Paul Schrader, James William Guercio, Don Siegel, Elaine May
Elenco: George C. Scott, Peter Boyle, Season Hubley, Robert Blake, Billy Green Bush, Mitchell Ryan, Richard Widmark, Henry Fonda, Inger Stevens, Peter Falk, John Cassavetes, Ned Beatty.
Idioma: Inglês
Áudio: Dolby Digital 2.0
Legenda: Português
Formato de tela: Widescreen anamórfico 1.85:1
Tempo de duração: 427 min.
Região: 4
Colorido
Faixa etária: 16 anos

Extras: Especiais sobre os filmes (49 min.) Trailers (3 min.)

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