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MEU QUERIDO FILHO (2018) - FILM REVIEW


O diretor

Nascido em 1976 em Tunis, na Tunísia, Mohamed Ben Attia graduou-se em 1998. Sua vida não foi fácil na carreira cinematográfica. Depois de vários trabalhos em pós-produção audiovisual, ele foi finalmente contratado por doze anos. Treinado na oficina de redação Sud Ecriture, em Tunis, ele começou a escrever e dirigir vários pequenos filmes de ficção, começando com  "Romantismo". Ele passa para o cinema em 2016 com" A Amante" .  O filme conta a história de Hedi (Majd Mastoura), um homem introvertido, que não espera muito da vida. Ele permite que todos tomem decisões por ele, como sua autoritária mãe, que planeja seu casamento; seu chefe, que o faz trabalhar em datas comemorativas; e seu irmão, que sempre diz como ele deve se comportar. Em uma viagem profissional Hedi conhece Rim (Rym Ben Messaoud), com quem inicia passional relação amorosa. Agora, durante o tempo em que os preparativos do matrimônio acontecem, Hedi é forçado a finalmente tomar uma decisão.


Em 2018 , ele participou do Festival de Cannes, onde seu segundo filme "Meu querido filho" foi exibido na Quinzena dos Realizadores 

Querido filho segundo Attia

O longa é um drama familiar que pauta a procura de dois pais pelo filho desaparecido. 

Ben Attia revela que o ponto inicial da história surgiu de um relato que ouviu em uma rádio. “Relatos de pais que estavam à procura dos filhos que tinham se juntado ao Estado Islâmico estavam começando a se espalhar nas rádios, na televisão, nos jornais. Infelizmente, tornou-se quase que comum. Um dia, ouvindo um pai falando sobre sua história, realmente me afetou. Ele continuava repetindo: ‘meu filho’. Eu rapidamente percebi que o que me interessou mais não foram as razões que fizeram o filho sair, mas o ponto de vista dos que ficaram atrás: os pais dele que não viram isso chegando”, revela. 


Para Ben Attia, o pilar do longa é o chefe de família, Riadh (Mohamed Dhrif), que considera que a felicidade é cuidar de sua casa, ir trabalhar e ganhar o pão de cada dia. “É o que ele imagina também para o filho. Porém, tudo entra em colapso quando ele se aposenta e o jovem some”, diz. Ben Attia conta ainda que o maior desafio do projeto era não cair no óbvio. “O mais difícil foi tentar não cair maniqueísmo previsível: permanecer sutil e delicado. Eu queria evitar a opção óbvia de uma imediata condenação, mesmo que seja completamente legítima. Eu queria ir além do nível superficial do ódio, de raiva, embora, mais uma vez, seja completamente compreensível esse sentimento”, completa. 

Meu querido filho

O filme, inspirado em fatos reais, é um trabalho detalhado e sério de um diretor quase debutando no cinema (segundo filme, como dito acima, e o primeiro em Cannes). A produção conta a história de Riadh (Mohamed Dhrif), que está prestes a se aposentar como motorista no porto de Túnis. Com Nazli (Mouna Mejri), ele forma um casal unido em torno de seu único filho, Sami (Zakaria Ben Ayyed). As repetidas enxaquecas dele preocupam seus pais e no momento em que Riadh acha que seu filho está melhor, ele desaparece.

Ele deixa para trás um bilhete explicando que ele fugiu para a Síria para se juntar a um grupo jihadista, sem nome no filme, mas claramente baseado no Estado Islâmico. Riadh e Nazli ficam chocados com a revelação. Eventualmente, um Riadh desesperado pede dinheiro emprestado a amigos para ir atrás de do filho. Mas sua busca só o força Riadh a confrontar algumas duras verdades.  


Sendo assim, o filme busca a superação da dura nova realidade, tornando-se um tributo melancólico ao poder da resiliência humana. Triste que seja um filme tão atual.

Tunísia tem sim, cinema de qualidade

Em 1919, o primeiro longa-metragem produzido no continente norte-africano: "Os cinco amados Cavalheiros" foi filmado na Tunísia. Em 1924, Samama-Chikli dirigiu um média metragem chamado "A Garota de Cartago", tornando-o, assim, um dos primeiros cineastas nativos do continente norte-africano.

Em 1966, o primeiro longa-metragem tunisiano, Al-Fajr ( The Dawn ) foi dirigido e produzido por Omar Khlifi e filmado em  35 mm. A Tunísia também sedia o Festival de Cinema de Cartagoque desde 1966. O festival prioriza filmes de países árabes e africanos. É o festival de cinema mais antigo do continente africano e do mundo árabe. 

Em 1927, a primeira empresa tunisiana de distribuição de filmes, a Tunis-Film, iniciou suas atividades. Foi somente na década de 1980 que empresas de produção e estúdios privados surgiram e queriam fazer da Tunísia o Mediterrâneo de Hollywood. O produtor Tarak Ben Ammar conseguiu atrair algumas grandes produtoras para filmar dentro de seus estúdios em Monastir . Por exemplo, o Piratas de Polanski e Jesus de Nazaré de Zeffirelli.  Depois de visitar a Tunísia, George Lucas foi seduzido pela beleza natural e autêntica arquitetura antiga de algumas cidades do sul, e assim ele decidiu filmar cenas importantes de Star Wars, bem como Indiana Jones . Além disso, Anthony Minghella filmou o vencedor de nove prêmios da Academia, Paciente Inglês, em um oásis no sudoeste do país.


A primeira atriz da Tunísia foi Haydée Chikly, que estrelou o curta-metragem Zohra em 1922. O primeiro longa-metragem a ser dirigido por uma mulher foi Fatma 75 (1975), de Selma Baccar . Em 2013, Abdellatif Kechiche foi o primeiro diretor tunisiano a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, com o filme "Azul é a cor mais quente".

Em dezembro de 2018, existem 35 cinemas em toda a Tunísia .

A distribuidora

A Pandora Filmes é uma distribuidora de filmes de arte, ativa no Brasil desde 1989. Voltada especialmente para o cinema de autor, a distribuidora buscou, desde sua origem, ampliar os horizontes da distribuição de filmes de arte no Brasil com relançamentos de clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Fellini, Bergman e Billy Wilder, e revelações de nomes outrora desconhecidos no país, como Wong Kar-Wai, Atom Egoyan e Agnés Jaoui.

 Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora Filmes sempre reserva espaço especial para o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos. Dentro desse segmento, destaca-se o recente “Que Horas Ela Volta”, de Anna Muylaert, um grande sucesso, visto no cinema por mais de 500 mil espectadores.




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