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CARLOS SAURA - 10 FILMES ESSENCIAIS


O dia 4 de janeiro de 1932 é uma data histórica para o cinema espanhol. Neste dia, em Huesca, nasceu Carlos Saura Atarés, uma das mentes brilhantes da Sétima Arte. 

Seu cinema começou a ser moldado ainda novo com o contexto histórico que viveu e foi extremamente influente no seu cinema. Com o estouro da guerra civil espanhola, que levou toda a sua família para Valência em 1937, atrás do governo republicado. No ano seguinte, foram para Barcelona até o término do conflito. Surge, então, outro no cerne de sua família. Seu pai e dois irmãos rumam para Madri, enquanto ele e sua mãe voltam a Huesca. Junto às tias e mãe, Carlos crescia num ambiente opressor. Em 1942, vai a Madri com sua mãe, em encontro do pai. Logo começa a estudar no colégio Garmar. Em 43, seu irmão, Antonio, é diagnosticado com tuberculose e a família muda-se mais uma vez, agora para um bairro mais pobre da capital espanhola. Em 1946 descobre sua paixão pela fotografia, fruto direto de inúmeras influências escolares. Monta, inclusive, um pequeno estúdio em sua própria casa. Ao terminar o colegial, decide fazer Engenharia Industrial.


Para ganhar dinheiro, faz de tudo um pouco. Trabalha com tipografia e também faz design de motocicletas, outra de suas paixões. Presta serviço militar na Aeronáutica. Em 1951 faz sua primeira exposição fotográfica em Madri e abandona os estudos de engenharia para ingressar na IIEC - Instituto de Investigaciones y Estudios cinematográficos.

Sua mãe, pianista, lhe incutiu a poesia musical. De seu irmão, pintor, veio a admiração por H. Bosch e Goya, influências que seriam refletidas adiante em seu trabalho. Com uma câmera de 16mm começa a fazer cinema, pequenos documentários e se junta a Mario Camus, Carmen Martín Gaite e Ignacio Aldecoa. Lê e vê filmes compulsivamente. Foi em 1954, ao assistir uma mostra de cinema neo-realista italiano, que toda a sua concepção cinematográfica muda. Em 1957 forma-se diretor com o trabalho Tarde de Domingo e vira professor da IIEC. Também descobre toda a obra de Luis Buñuel. Casa-se com Adela Medrano.

No ano seguinte, nasce Carlos, seu primeiro filme. Hoje vamos homenageá-lo com 10 filmes essenciais para conhecer a obra do diretor:


Candela e José foram prometidos por seus pais em casamento desde crianças. Quando adultos, eles se casam apaixonados e durante a festa de comemoração, José morre apunhalado numa briga. Carmelo é acusado da morte e preso. Candela passa a se martirizar e todas as noites vai ao local do crime em busca de visões do seu marido. Quando Carmelo sai da prisão, ele declara seu amor por Candela.


Carmen é o filme do meio da trilogia que se completa com Bodas de Sangue e Amor Bruxo. E, provavelmente, o melhor dos três. A história mostra um grupo de dançarinos de flamenco que ensaia exaustivamente uma adaptação livre da ópera Carmen, de Bizet. Aos poucos, as tramas de ciúmes, paixões e traições contidas na obra clássica de Bizet passam a “contaminar” o ambiente do grupo. Cada vez mais, ficção e realidade se confundem. Os passos empolgantes do bailado espanhol, a música inesquecível de Bizet, a coreografia envolvente, tudo isso faz de Carmen um espetáculo imperdível tanto musical quanto cinematograficamente.


Baseado na peça homônima de García Lorca, Bodas de Sangue conta a história de dois jovens apaixonados que são impedidos pelas suas famílias de ficarem juntos. O reencontro acontece justamente no dia do casamento da jovem com um outro homem. Um trágico destino selará este triângulo amoroso, retratado com a magia de uma das maiores expressões de arte da Espanha: a dança flamenca.


O filme narra a história de 4 amigos - 3 homens e uma mulher - provenientes de um ambiente marginal e que encontram diversão e uma saída fácil com roubos à mão armada. Roubos que, pouco a pouco, vão se convertendo em golpes maiores e mais arriscados. Apesar disso, os quatro levam uma vida apática, dedicando-se a ver passar o tempo e a utilizar as drogas como válvula de escape.


Saura analisa a sociedade Espanhola durante o regime de Franco, apresentando uma família que aproveita a reunião de aniversário dos 100 anos da matriarca, para planejar sua morte e apoderar-se de sua herança. Mas apesar de fraca e doente, a Mamá (Rafaela Aparicio) ainda possui um caráter forte, impondo sua presença e autoridade frente aos seus individualistas e gananciosos filhos.


Nesta obra, Saura analisa as relações familiares durante o franquismo através da história de Ana (Geraldine Chaplin) e suas tristes lembranças de 20 anos atrás, quando aos nove anos, ela vê seus pais morrerem em um pequeno espaço de tempo. Na época, sozinha, Ana pensava ter uma estranho poder sobre a vida e a morte de seus familiares. Remorso que carregou para a fase adulta, junto com o sentimento de culpa, por achar-se a responsável pela repentina morte do pai (Héctor Alterio).


"A Prima Angélica” começa quando Luís, solteirão de meia-idade viaja de Barcelona para enterrar os restos mortais de sua mãe num jazigo de família, em Segóvia. É acolhido por sua Tia Pilar em sua antiga casa, onde passou o verão de 1936. Ele encontra sua prima Angélica, seu primeiro amor, que mora no primeiro andar juntamente com o marido e a filha. Luís passa a relembrar sua infância, nos tempos da Guerra Civil Espanhola, entrelaçada com o presente.


Nesta obra-prima, Ana (Geraldine Chaplin) é uma jovem inglesa contratada para trabalhar como governanta em uma mansão no campo da Espanha. Mas sua beleza aguça o desejo reprimido de três irmãos que vivem na casa : o místico Fernando (Fernando Fernán Gómez), que representa a Igreja Católica; José (José Maria Prada), o Exército e Juan (José Vivo), o sexo oprimido. Em silêncio, Ana nada faz para impedi-los e passivamente se submete aos desejos dos seus senhores, assim como o inocente povo espanhol durante o período franquista. Um filme impressionante, comovente e sensível.


A história é inspirada nas obsessões e fetiches de Julián (José Luis Lopez Vasquez), homem de meia idade, médico conservador, que é auxiliado pela tímida enfermeira, Ana (Geraldine Chaplin). Quando era jovem, viu uma mulher batendo tambor numa famosa procissão de sexta-feira santa em Calanda. Anos mais tarde, ainda obcecado pelo talento e beleza desta mulher, recebe a visita de seu amigo de infância, Pablo, agora casado com uma mulher sexy, loira (Geraldine Chaplin). Julián acredita que ela é a mulher que viu em Calanda e sua obsessão aumenta. 


José, Paco e Luís são três amigos e veteranos de guerra que um dia decidem ir à caça na companhia de Enrique, de 20 anos de idade, em sua primeira excursão. Eles vão praticar o seu esporte favorito nas terras de José, onde não há muito tempo uma importante batalha da Guerra Civil ocorreu. Um thriller nervoso, bem como um estudo altamente simbólico do ódio e da rivalidade, “A Caça” se torna uma alegoria da guerra. É considerado um clássico do Cinema Espanhol.
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