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NASCE UMA ESTRELA (2018) - FILM REVIEW


Incrível como certos filmes acontecem. Meio que nasceram para existir da forma que chegaram às telas, mas se olhar para os bastidores, tudo era para ser bem diferente. Para começar, esta nova versão de Nasce uma estrela seria dirigida por Clint Eastwood. Ele estava ligado ao projeto juntamente com Beyoncé Knowles, que decidiu abandonar o barco e deixou o diretor Clint Eastwood muito decepcionado, afinal ele esperou mais de um ano para que a cantora, grávida, pudesse estrelar seu novo drama. Adoro tudo que Clint faz, mas duvido muito que o resultado final seria melhor do que o vemos na telona. Bradley e Gaga transbordam simpatia, sintonia e sinceridade na relação intensa, de completa entrega, apesar de terem que lidar com os graves efeitos do alcoolismo do personagem Jackson Maine.

Gaga entrou no radar da produção após vencer o Globo de Ouro de Melhor Atriz na série American Horror Story: Hotel, em 2016. E sua entrega foi completa (há tem uma rápida cena de nudez frontal). Durante uma entrevista concedida à revista Entertainment Weekly, Steve Morrow, técnico de som do filme, comentou sobre a produção do filme e que Lady Gaga exigiu que todas as cenas musicais fossem ao vivo e as cenas fossem gravadas: "Você senta e pensa: Lady Gaga quer todos os vocais ao vivo. Ela quer apresentar-se ao vivo cada vez que você vê-la cantando. Ela estará ao vivo. Lady Gaga disse: eu quero que toda a música do filme seja ao vivo também, pois não quero sentir como se estivesse fazendo playback, porque isso não é certo para mim. Eu quero cantar ao vivo, quero que a banda esteja ao vivo." Dito e feito.


Para quem não conhece a história, ela começa quando o experiente músico Jackson Maine (Bradley Cooper) descobre a jovem artista desconhecida Ally (Lady Gaga), por quem acaba se apaixonando. Ela está prestes a desistir de seu sonho de se tornar uma cantora de sucesso, até que Jack a convence a mudar de ideia. Porém, apesar de a carreira de Ally decolar, o relacionamento pessoal entre os dois começa a desandar, à medida que Jack luta contra seus próprios demônios e problemas com álcool.

Longe de ser raso
"Me diga uma coisa, garota

Você está feliz neste mundo moderno?
Ou você precisa de mais?
Existe algo mais que você está procurando?"
Gaga teve ajuda de Elton John no processo criativo das musicas. Mas já podemos dizer que a cena que toca Shallows é uma das mais belas já feitas no gênero. De uma emoção e entrega que é impossível você não se arrepiar. A música "casou" perfeitamente com a voz de Gaga, proporcionando um daqueles casos perfeitos no cinema. Tudo funciona na cena. Interessante como a personagem vivida por ela não se deslumbra por estar com um famoso, e até mesmo o evita em dado momento, reconhecendo que ali esta um mundo surreal para ela estar, preferindo seu emprego suado a se arriscar em ser uma cantora de sucesso. 

Ainda que Jackson tenha se apaixonado por ela em um segundo momento, no primeiro ele percebeu o gigantesco talento diante dele, "armando" a cena, que talvez seja mesmo o grande momento do filme. Mas ao se apaixonar de dar asas a ela, ele começa a se perder, principalmente por causa sucesso que consegue, de certa forma, rápido. Há um momento que ilustra bem os caminhos opostos que a carreira de ambos seguem: enquanto ela é indicada a um prêmio, ele se torna coadjuvante de um cantor de quinta categoria. Ele é um daqueles viciados que usa qualquer desculpa para estragar as coisas. E elas vem de variadas formas, mesmo que Gaga esteja sempre ao seu lado, não só pelo amor sincero de ambos, mas pelo reconhecimento de que ele foi o gatilho do seu sucesso, e sabe que seu alcoolismo é uma doença.


A última versão saiu em 1976 (ano que nasci), ou seja, faz tempo que não revisitam esta famosa história. E mesmo que saibamos (ou sentimos) qual será o desfecho, não há como não se emocionar com Gaga cantando "I'll Never Love Again", que tem uma daquelas letras que todo (a) romântico (a) que perde a amada (o) tem vontade de cantar. 
"Estou caindo
Em todos os bons momentos
Eu me vejo almejando uma mudança
E nos momentos ruins, eu tenho medo de mim mesma"
No filme há diálogos de cortar o coração, como quando Bradley Cooper fala com o irmão (Sam Elliott) sobre quem ele realmente admirava na família. Incrível como você vê sentimento nas telas. As maiores diferenças entre esta e as versões anteriores giram em torno de Ally. Ela é uma personagem mais forte, com um roteiro que a faz alcançar o sucesso sozinha, certamente um eco do movimento feminista atual.

É um clichê de críticos de cinema dizer que o clássico é melhor. Mas neste caso, é provável que com a produção ganhe o reconhecimento merecido com o passar dos anos. É um filme para ver no cinema, curtir, rir, se emocionar e preparar o lenço para o final.



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