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ABBAS KIAROSTAMI - 10 FILMES ESSENCIAIS


O diretor de cinema Abbas Kiarostami, nascido no dia 22 de junho de 1940, em Teerã, no Irã, era um artista completo. Após ter recebido seu diploma de Belas Artes pela Universidade de Teerã, Kiarostami começou a trabalhar como designer gráfico e, durante alguns anos, pintou e ilustrou diversas campanhas publicitárias, títulos e créditos de filmes e também criou ilustrações de livros infantis. Em 1969, durante a gênese do movimento cinematográfico que ficou conhecido como Cinema Novo Iraniano, Kiarostami aproveitou sua experiência para inaugurar um departamento de cinema no Kanun, o Instituto para o Desenvolvimento Intelectual de Crianças e Adolescentes. A partir daí, a relação do diretor com a sétima arte só se aprofundou.

Influenciado pelo neorrealismo italiano, Kiarostami desenvolveu uma carreira sólida e uma trajetória impressionante: em pouco mais de 40 anos de atividade, o cineasta participou da produção - seja como diretor, roteirista, montador, produtor, diretor de fotografia ou ator - de mais de 40 filmes. Essa expressiva média de produção de um filme por ano de Kiarostami mostra que o diretor era prolífico, mas que também era um autor em uma constante busca por aprimorar seu estilo. Conhecido desde o início da carreira por seus filmes realistas, tematicamente cotidianos e artística e estilisticamente complexos, Kiarostami captou a atenção mundial com o seu primeiro filme de sucesso fora do Irã: "Onde Fica a Casa do Meu Amigo?", de 1987 - primeiro filme da chamada Trilogia Koker, nome de uma região do Irã; os outros dois filmes que fazem parte da trilogia são "E a Vida Continua", de 1992 e "Através das Oliveiras", de 1994 (este último concorreu na competição principal do Festival de Cannes). 

Através da produção e do lançamento destes três longas e também de "Close-up", de 1990, o cineasta iraniano estabeleceu seu nome e um estilo cinematográfico único e inconfundível, que influenciou não só seus contemporâneos (como Mohsen Makhmalbaf) como também formou o estilo de outros cineastas iranianos como Jafar Panahi (antigo assistente de Kiarostami). Combinando a estética quase documental do neorrealismo e frequentes metalinguagens - sempre jogando com e invertendo a lógica cinematográfica -, Kiarostami desenvolveu um estilo que questiona e que desconstrói os conceitos de "verdade" e do "real" ao misturar fato e ficção e que toca em problemáticas sociológicas e em questões humanas como a relação das pessoas com a vida, a morte, o amor sempre de maneira poética. 


Três anos depois de "Através das Oliveiras", em 1997, Kiarostami recebeu o prêmio que marcou o ápice de sua carreira e da forma minimalista, poética e metalinguística de sua filmografia: com "Gosto de Cereja", sua obra-prima, o cineasta recebeu a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes. Dois anos depois, ele recebeu o prêmio do Júri no Festival de Veneza: Kiarostami levou o Leão de Prata pelo trabalho realizado em "O Vento Nos Levará".

Poeta e fotógrafo (Kiarostami realizou inúmeras exposições com seus poemas e fotografias em museus ao redor do mundo), o cineasta também dirigiu curtas e documentários, sempre aprimorando seu estilo. Após "O Vento Nos Levará", Kiarostami dirigiu mais oito longas (tendo sido indicado à Palma de Ouro por "Dez", de 2002, por "Cópia Fiel", de 2010, que rendeu o prêmio de Melhor Atriz à Juliette Binoche, e por "Um Alguém Apaixonado", de 2012) e também um episódio da coletânea "Cada Um Com Seu Cinema", filme que reuniu diversos curtas de inúmeros e célebres cineastas do mundo inteiro.

Considerado um dos principais e mais importantes diretores iranianos de todos os tempos, o cineasta ajudou a colocar o Irã no mapa do mundo do cinema e chamou a atenção para uma nova maneira de fazer e montar filmes. Abbas Kiarostami faleceu aos 76 anos no dia 4 de julho de 2016, em Paris, na França, tendo conquistado fãs no mundo inteiro e marcado, de maneira definitiva, seu nome na história do cinema.

E confiram agora seus 10 filmes essenciais:



Qassem (Hassan Darabi) é um menino da escola primária negligenciado pelos pais e que ama futebol. Com mentiras, fraudes e roubos ele decide acumular dinheiro suficiente para poder pagar uma viagem para a cidade grande e comprar um bilhete para ver o seu time favorito jogar.


Um funcionário público que trabalha como coletor de impostos do Ministério de Finanças é acusado de aceitar subornos e é taxado como corrupto. Além dos problemas no trabalho, ele está passando por uma crise no casamento e precisa lidar com a tentativa de suicídio da esposa.
O negativo original de O Relatório foi aparentemente destruído durante a revolução iraniana. A única cópia sobrevivente é uma master de vídeo feita a partir da cópia do lançamento na Inglaterra.


Ahmad (Babek Ahmed Poor), um garoto de 8 anos de idade pegou por engano o caderno de Mohammad (Ahmed Ahmed Poor), seu amigo de escola. Após seu amigo ter sido ameaçado de ser expulso se não levasse o dever de casa, Ahmad precisa devolver a ele o seu caderno, mesmo que tenha que desobedecer a mãe e procurá-lo no vilarejo distante onde ele mora.


Hossaim Sabzian é um homem pobre e humilde que é apaixonado pelos filmes do diretor Mohsen Makhmalbaf e, ao conhecer uma senhora em um ônibus, começa a se passar pelo cineasta. Forjando ser outra pessoa, ele entra na casa da família e promete colocá-la no seu próximo filme, caso ela lhe dê dinheiro. Percebendo que pode se tratar de um golpe, eles avisam a polícia e Hossaim vai a julgamento por tentativa de fraude.


Após o forte terramoto de Guilan, que em 1991 devastou o Norte do Irão, um realizador interpretado por Farhad Kheradmand e o seu filho, Puya (Buba Bayour), viajam por aquela região à procura dos actores de um filme que o cineasta dirigira anos antes - "Khane-ye Doust Kodjast?" ("Onde fica a casa do meu amigo?", 1987). Durante a sua procura os dois cruzam-se com várias pessoas que, apesar de terem perdido tudo o que possuíam com o terramoto, acreditam que dias melhores virão. 


Um cineasta filma no interior do Irã, numa região marcada pela pobreza e abalada por um terremoto. Paciente, ele conversa com as pessoas e se interessa pelos pequenos dramas de todos. Os atores são recrutados entre os habitantes e o final das filmagens acaba retardado porque dois dos selecionados não conseguem repetir as falas de uma cena banal. O jovem está apaixonado pela atriz e, no fundo, ele erra as falas para retardar a separação dos dois. Nos intervalos, implora que ela se case com ele e, quando o diretor encerra os trabalhos, ele aproveita os últimos instantes para conquistá-la. 


Um cineasta filma no interior do Irã, numa região marcada pela pobreza e abalada por um terremoto. Paciente, ele conversa com as pessoas e se interessa pelos pequenos dramas de todos. Os atores são recrutados entre os habitantes e o final das filmagens acaba retardado porque dois dos selecionados não conseguem repetir as falas de uma cena banal. O jovem está apaixonado pela atriz e, no fundo, ele erra as falas para retardar a separação dos dois. Nos intervalos, implora que ela se case com ele e, quando o diretor encerra os trabalhos, ele aproveita os últimos instantes para conquistá-la. 


Uma equipe de filmagem da TV iraniana vai até uma cidade no interior, para para fazer uma cobertura sobre os velórios e as celebrações da morte no islamismo. Os moradores locais não sabem disso e acham que o chefe da equipe é um engenheiro vindo de Teerã. Acompanhamos o dia-a-dia da equipe junto às pessoas da cidade, em relações decididamente orquestradas pela passagem do tempo. O filme acaba por ser também a história de amizade que se estabelece entre o líder do grupo e um rapazinho da aldeia, e uma reflexão sobre as diferenças culturais entre os homens.


Dez sequências na vida emocional de 6 mulheres e os desafios com que elas se deparam num momento particular de suas vidas. Dez episódios que se passam em dias diferentes, mas sempre no carro de uma jovem mulher. Divorciada e recém-casada com outro homem, ela tem um filho do primeiro casamento que, no entanto, não cansa de culpá-la por não agir dentro do código moral do Irã. Além de seu filho ela dá carona a várias mulheres, uma prostituta, uma jovem apaixonada e uma senhora, criando um retrato da feminilidade no Irã.


James Miller (William Shimell) é um filósofo inglês que vai a uma pequena cidade da Toscana apresentar seu livro sobre o valor da cópia na arte. Chegando lá, encontra Elle (Juliete Binoche), uma francesa que é dona de uma galeria de arte há muitos anos, que vive com seu filho pré-adolescente (Adrian moore). Eles passam a tarde juntos. Ao mesmo tempo em que vão se conhecendo, começam a desenvolver um complexo jogo de interpretação de personagens.
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