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CAYMAN MOREIRA - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

Artista plástico, desenhista, roteirista e argumentista, músico profissional, professor de artes como serigrafia, pintura e desenho, Histórias em Quadrinhos[Arte Sequencial], roteiro e argumento, tendo trabalhado em vários núcleos como o SENAC, Farias Brito, Espaço Aberto, FIC - Faculdade Integrada do Ceará. Escritor e roteirista, cinéfilo possuidor de um grande arquivo e conhecimento pessoal em teatro e cinema com vários artistas e alguns diretores de cinema dentro e fora do Brasil, já fez palestras sobre os diversos gêneros da Sétima Arte tendo sido uma delas, no Cine Benfica, sobre o Western Italiano e sua influência no cinema novo da segunda metade do século XX. Sempre com uma grande vivência cultural, pronto para dividir experiências através de novos conhecimentos e horizontes.

Fábio Moreira de Melo recebeu o nome artístico de Cayman Moreira e mais tarde, Fabio Moretti, durante um período de mudanças em sua vida. A paixão pela literatura e a poesia começou ainda na infância, com as revistas em quadrinhos que o pai lhe trazia aos Domingos. Os primeiros autores que lhe deram gosto pelos livros foram Monteiro Lobato, Erico Veríssimo, Jorge Amado, Guimarães Rosa, Edgar Allan Poe e Lovecraft. Foram os contadores de histórias como Monteiro Lobato e H.P. Lovecraft que lhe inspiraram a escrever, assim como Louis L'Amour e Stephen King, escritores norte americanos que lançaram obras de cunho mais comercial, porém, ágeis na narrativa, algo que ele sempre considerou indispensável na leitura. Paralelo a isso veio a vontade de ser quadrinista, algo muito difícil àquela época, quando a leitura de HQs era considerada leitura inútil, mas, que em seu âmbito familiar, era tida como alicerce para o bom hábito de ler qualquer coisa e escrever corretamente. E hoje, a nona arte é um dos seus maiores ofícios.

O apelo musical veio ainda em seus verdes anos nos anos 60, década que parece ter enraizado para sempre temas e estilos que são seguidos até hoje, como a bossa nova, a grande diversidade da MPB, o blues e o jazz [elementos ancestrais da música moderna], o country, etc. E seus conhecimentos de cinema, teatro e interpretação reforçaram sua experiência de palco.

Numa certa época, deixou-se fascinar pelo que viu e ouviu no Mato Grosso do Sul, o que mexeu com sua musicalidade, já enraizada na influência de grandes nomes como Zé Ramalho, Alceu Valença, Sá e Guarabira, Renato Teixeira, Johnny Cash, Frankie Laine e Bob Dylan, dentre outros. O dom da viola de 10 cordas foi despertado por Almir Sater, mestre e Ídolo cujo trabalho o impeliu a largar o violão e abraçar a viola caipira, com a qual convive há mais de 20 anos, com curtos períodos de afastamento da música por razões profissionais - a tentativa de trabalhar em qualquer área do cinema foi uma delas - mas que nunca o afastaram por completo do seu estilo e musicalidade.

Compositor como mais de uma centena de criações e fazendo seus próprios arranjos, participou de vários festivais [inclusive dois do SESC], como o saudoso 'Chama Cariry', que ele considera ter sido o mais importante do Ceará e do Nordeste, quando, em suas edições, atraía artistas de várias partes do Brasil, o que enriqueceu seu conhecimento e entrosamento com músicos de várias regiões do país.

A musicalidade de Cayman mescla o rural do Nordeste e Sul do país, assim como o country norte americano, por considerar que a música regional fala a mesma linguagem em qualquer parte do mundo, independente de fronteiras, uma vez que, música se divide em dois tipos: a boa e a ruim, sem necessidade de rótulos. E uma viola, assim como o violão ou a guitarra tanto servem para a proposta do xote, baião, guarânia, balada, jazz e blues na mesma medida.

E hoje, Cayman é nossa vítima das 7 perguntas capitais. Confiram:

1) Quando nasceu sua paixão pelo cinema? Houve aquele momento em que olhou para trás e pensou: sou cinéfilo!!?? 

C.M.: Eu nasci praticamente dentro de um cinema, quando meu pai e minha mãe se conheceram nos dourados anos 50 e o cinema era sempre a melhor diversão. Ambos eram uma mistura de Marlon Brando em O selvagem e Kim Novak em Picnic. Um tanto quanto  transviados para a época.

2) Coleciona filmes, cds ou algo relacionado à 7ª arte ? Quem curte cinema, costuma ter suas relíquias em casa...

C.M.: Sou colecionador, cinéfilo e videomaker. Eu mesmo edito e faço autoração de muitos  filmes de minha coleção.

3) Como se tornou apreciador do universo do Tex?  Têm muitos itens  relacionados a ele?

C.M.: TEX é um personagem favorito dos quadrinhos de Western para mim, assim como Jonah Hex, desde várias décadas. E eu tenho vários itens do Águia da Noite, sim. Não chega a ser uma grande coleção, porque tenho apenas edições muito especiais para mim, que ultrapassam pouco mais de uma centena.

4) Qual experiência dentro deste universo artístico que mais te marcou?

C.M.: Bem, o fato de viver da arte, sou designer, artista plástico, desenhista, argumentista e roteirista de HQs e instrutor de artes e ofícios, além de músico e cantor, já são a minha razão de viver. Ainda mais quando a sétima arte faz parte, e hoje, alguns ídolos do passado são meus amigos, alguns até íntimos, e se não fosse a internet, eles seriam apenas parte do meu acervo visual do passado e do presente, por assim dizer.

5) Cinéfilos tem suas preferências. Existe uma lista dos "filmes da sua vida"? Tipo um top 10 ou algo assim...

C.M.: É difícil, porque uma lista de 100 já seria pouco, mas vamos lá:

A UM PASSO DA ETERNIDADE - Um filme que sempre me leva às lágrimas em vários momentos, partes de um passado que eu vivi.

RASTROS DE ÓDIO e NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS - A lembrança de meu pai é clara e evidente aqui. E o Western é meu mundo principal, no cinema.

TRÊS HOMENS EM CONFLITO - O Western italiano me conquistou de vez, na minha adolescência. E Sergio Leone não era o precursor do cinema novo, como disseram. Ele ERA o próprio cinema novo. Eu poderia citar toda a obra de Leone, mas tive que selecionar apenas este à mais, devido ao resto da lista, que engloba mais gêneros e realizadores.

MEU ÓDIO SERÁ TUA HERANÇA - Este filme marcou toda uma geração. E se Sam Peckinpah não tivesse feito nada mais, além disso, ainda assim, seria um imortal.

À BEIRA DO ABISMO - O Noir é um gênero que se tornou quase um vício para mim, ainda na minha pré-adolescência.  E Humphrey Bogart é um eterno ícone, na longa noite que surgiu no cinema através de filmes como este.

BEN HUR - Esta obra é algo particular para mim, até mesmo dentro de minha família.

A MARCA DA MALDADE - Um filme que me marcou desde a abertura, com a trilha sonora inesquecível de Henry Mancini. Cidadão Kane pode ser o melhor filme de todos os tempos e a melhor coisa que Orson Welles já fez, para a maioria. Mas A MARCA DA MALDADE é superior em tudo, para mim.

HORROR DE DRÁCULA - Este filme marcou uma época de minha vida, há décadas. O cinema de horror, a literatura de horror, as HQs de horror, tudo isso constitui grande parte da matéria prima do meu trabalho visual e acervo pessoal. E uma das minhas maiores alegrias é ter um de meus trabalhos elogiado por Sir Christopher Lee - uma pintura acrílica sobre cartão, para ele, que não queria mais seu nome associado à Drácula, mas me deu um desconto, aqui - em seu site pessoal antes de partir deste mundo, testemunhado por seu genro Juan Aneiros.

UM CORPO QUE CAI - Hitchcock fez aqui, o melhor suspense de todos os tempos, conforme disse a crítica mundial durante as comemorações de 100 anos de cinema e eu assino embaixo. Ainda mais, com a presença do pau-prá-toda-obra James Stewart e a minha musa eterna, Kim Novak.

6) Fale um pouco sobre os seus próximos projetos. Tanto os que estão acontecendo quanto os previstos para começar.

C.M.: Bem, entre os projetos para este, estão um livro, vários roteiros e Histórias em Quadrinhos para finalizar - TEX, é claro, é um dos projetos secretos, [risos] - além da compilação de meu disco de trilhas sonoras clássicas de Western em inglês e italiano, cantadas por mim.

7) Para finalizar, se pudesse deixar uma lição desta vida dedicada à arte, qual seria?

C.M.: Já fui chamado de sonhador, várias vezes e qual artista não é um sonhador em essência? Muitas destas vezes eu me senti discriminado e triste, por essa crítica. Hoje, percebo que a maioria que me criticou, é totalmente desprovida de sonhos, esperança, capacidade e coragem para realizar seus projetos de vida e jamais perdoa quem NUNCA planta "os pés no chão", - "pé no chão" em termos radicais, jamais me levaria à parte alguma - e prefere dar asas à imaginação e à fé na luz, porque só assim, somos capazes de REALIZAR o que quer que seja, ainda que só uma parte, algo melhor que NADA. Meu conselho é siga e persiga seus sonhos. Quem segue este caminho será sempre feliz, contra qualquer imposição do destino.

M.V.: Obrigado amigo. Sucesso sempre.  


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