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SPOTLIGHT - CRÍTICA POR RUBENS EWALD FILHO


Spotlight - Segredos Revelados (Spotlight)

EUA, 15. 128 min. Direção de Tom McCarthy. Roteiro de McCarthy e Josh Singer. Com Michael Keaton, Mark Ruffalo, Liev Schreiber, John Slattery, Stanley Tucci, Rachel McAdams, Brian D´Arcy James, Jamey Sheridan, Elena Wohl, Billy Crudup.

É interessante como o Estúdio Sony Columbia depois da crise provocada pelo Hacking e o ataque da Coréia do Norte deu a volta por cima com este filme que tem sido muito bem recebido pelos americanos, que o comparam com Todos os Homens do Presidente (que denunciava o caso Watergate), que desvenda outro momento de coragem do jornalismo norte-americano com a diferença que de lá para cá, tudo piorou muito também por lá.

O filme que deve ser indicado para vários Oscars, até o momento teve indicações de Globo de Ouro (melhor drama, diretor e roteiro), críticos de Londres (filme, roteiro e coadjuvante Ruffalo), Critic´s Choice (filme, coadjuvante Ruffalo e Rachel McAdams, elenco, diretor, roteiro original e trilha musical). Ainda Críticos de Detroit (5), StLouis (5), Houston (4), San Francisco (3), Phoenix (5), San Diego (4), Chicago (4).

O roteirista Singer é também escritor e produtor de series como Fringe, West Wing, Lei e Ordem e do filme O Quinto Poder (sobre Julian Assange e os segredos que revelou). McCarthy tem 38 créditos como ator e dirigiu antes Trocando os Pés com Adam Sandler, O Visitante, Ganhar ou Ganhar, e o primeiro que o revelou O Agente da Estação, com o Peter Dinklage.

É importante saber que chamam de Spotlight justamente um caderno escrito por um grupo seleto de jornalistas investigativos que podem se dedicar a pesquisa de assuntos mais polêmicos. Em 6 de janeiro de 2002, o Boston Globe colocou a manchete dizendo: "A Igreja permitiu o Abuso de Padres durante anos”. A história escrita por Michael Rezendes, no filme vivido por Mark Ruffalo – não por acaso também a melhor interpretação do filme! –, teve grande repercussão e dois outros artigos sobre o mesmo tema também foram publicados no mesmo dia. Seguido depois por outros. Na verdade, outro jornal alternativo semanal chamado The Boston Phoenix já havia coberto o assunto, mas sua circulação era pequena e não teve maior repercussão. O escândalo provocou em Dezembro de 2002 que Bernard Law, Cardeal Arcebispo de Boston, deixasse seu cargo em desgraça e pedindo desculpas por seus erros. O Papa João Paulo II depois o levaria para Roma, onde parece que reside até hoje. Os jornalistas do The Spotlight ganharam um Prêmio Pulitzer - o maior do jornalismo - em 2003.

Mas não pensem que o filme vai descer a detalhes dos lamentáveis casos de abuso sexual de menores, tudo é mostrado rapidamente porque o foco do roteiro do filme é acompanhar a equipe de bravos e honestos jornalistas começando por um novo chefe (Liev Schreiber), uma mulher dedicada (Rachel McAdams, que escureceu o cabelo e tem melhorado a cada dia, que finalmente parece a beira do estrelato). E com outra interpretação semelhante de Michael Keaton, que faz apenas outra variação de Birdman.

Eu teria preferido um filme mais ousado que fosse mais longe nas acusações mas certamente não quiseram brigar com os católicos e ficaram no louvor da imprensa, que Deus sabe em particular na teve norte-americana tem muitos crimes a pagar. E como sempre acontece ultimamente também a teve já abordou o assunto (lembro de Por trás da Fé, Our Fathers, 05, da Showtime, com Christopher Plummer, Ted Danson, Brian Dennehy, Ellen Burstyn, que contou tudo de forma bem clara e esclarecedora).

Não é de surpreender porém que o filme tenha sido intensamente elogiado pela imprensa americana, que louva a sua tribo.


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