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O QUE É ROAD MOVIE?


Introdução:

Nossa iniciativa tem por finalidade apresentar os principais conceitos do cinema, sem aprofundar ou mesmo discutir cada conceito, apenas mostrar cada um e colocar filmes de referência, para os interessados buscarem na prática, os conceitos aqui estabelecidos.

Fiquem com o conceito de hoje e não deixem de acessar os demais.

ROAD MOVIE

Para muitos, o road movie enquanto gênero cinematográfico nasceu com os primeiros filmes da chamada Nova Hollywood, principalmente no filme Easy Rider (Dennis Hopper, 1968). O filme está para o gênero cinematográfico road movie como o livro On The Road, de Jack Kerouac, está para literatura road, para o movimento beat e futuramente para a contracultura norte-americana. 

O road movie é assim um gênero cinematográfico que comporta filmes de grande sucesso e tem um público cativo e um reconhecimentos dos elementos que compõe e são reconhecíveis na narrativa. A compreensão dos filmes enquanto pertencente a este gênero considera como objetos centrais para sua categorização principalmente três elementos, que são a estrada, o veículo e uma jornada, comumente interpretada como uma jornada para os personagens. 


ENTENDENDO A FORMA

Um discurso, em qualquer forma de manifestação, mantém uma relação com o mundo, e isso não só diz respeito à palavra, ao verbal. Um filme, antes de tudo, é um discurso, um enunciado que supõe uma depreensão do verbal e, fundamentalmente, do não verbal, no caso das imagens. Partindo desse pressuposto, analisar um filme é adentrar em sua estrutura para que ali, no interior carregado de traços poéticos e de estratégias discursivas, haja o entendimento do processo de construção do sentido. 

Em primeiro lugar, o que é um gênero do cinema? Uma explicação bem-arcaica dirá que se trata de um agrupamento de filmes que possuem uma mesma estrutura. Em segundo, o que define esse gênero? Uma resposta não tão satisfatória seria dizer  que tal gênero é definido pelo conteúdo dos filmes apresentados sob sua tutela. Em terceiro, talvez o cerne da questão aqui levantada sobre os gêneros, o que alguns filmes, como, por exemplo, “Thelma & Louise” (Ridley Scott, 1991); “Assassinos por natureza” (Oliver Stone, 1994); “Deu a louca no mundo” (Stanley Kramer, 1963); “Diários de motocicleta” (Walter Salles, 2004); “Sem destino” (Dennis Hopper, 1969); “Encurralado” (Steven Spielberg, 1971); “A morte pede carona” (Robert Harmon, 1986); “Faster, Pussycat! Kill! Kill!” (Russ Meyer, 1965);


“Tá todo mundo louco” (Jerry Zucker, 2001); “Priscila, a rainha do deserto” (Stephan Elliott, 1994); “Pequena Miss Sunshine” (Jonathan Dayton e Valerie Faris, 2006); Paris, Texas (Win Wenders, 1984), entre outros, têm em comum com aquilo que se denomina gênero do discurso cinematográfico? Uma resposta talvez esclarecedora, após uma observação atenta, seria dizer que o que eles têm em comum é a estrada, somente a estrada. Ela é nesse grupo tematizada e figurativa sob vários aspectos e situações, não importando, para isso, se o protagonista está motorizado ou a pé. Surge, dessa forma, a denominação para esse grupo de filmes: Road movie. 

Mas será que o Road movie pode ser considerado um gênero do discurso cinematográfico? Será que a estrada adquire sempre o mesmo sentido em todos os filmes? 

ENTENDENDO O CONTEÚDO

Em suma, os gêneros são esquemas, ou fórmulas, que regem uma produção industrial de certos tipos de filmes, ou seja, funcionam como uma estrutura em que diversos filmes são realizados, categorizados, distribuídos e exibidos, de acordo com sua nomenclatura genérica; esta irá estabelecer um contrato com um público que lhe é particular. Antes de ver os filmes como um produto industrial, resultado de um esquema, de uma receita básica para criá-los, é preciso perceber que todo filme produz sentido, e este só será depreendido mediante o entendimento das estratégias discursivas. São estas que, analisadas como funções pertinentes na construção da narrativa fílmica, trarão um significado melhor estruturado. 


No plano de expressão, os filmes caracterizados como Road movies apresentam,aparentemente, os mesmos recursos utilizados em outros gêneros: iluminação, movimentos e enquadramentos de câmera (travellings, planos próximos, plongée e contra-plongée, planos gerais, entre outros), além dos recursos sonoros particulares (ruídos, sons diversos, música e vozes), entre outros. 

Acontece que, quando determinado gênero é “solicitado” para utilizar a estrada, a forma da expressão, lugar em que os elementos acima aparecem, não pertencerá a uma construção das imagens próprias ao Road movie, mas ao gênero que ele representa: essa construção, por exemplo, será tensa se for um Suspense; será agitada se for um Musical; será opressora se for um Drama, como é o caso de “Thelma & Louise”, entre outros. A especificidade  a forma da expressão é alheia e não própria ao Road movie; ela pertence a outros gêneros. Em suma, os filmes de estrada não possuem um plano da expressão próprio; não possuem uma forma e uma substância fixas, mas variáveis. Essa é uma primeira regra quebrada por esse tipo de filmes. 

No plano de conteúdo, a montagem começa a estabelecer contornos narrativos aos filmes. Ela é particular para cada gênero, mas, no caso do Road movie, ela não será fixa, já que este não é um gênero, mas um receptáculo, uma paleta de estilo que o diretor usa conforme a figurativização que quer dar ao seu filme, ao tema de seu enunciado. 


O mesmo acontece com a variação temática: ela será determinada pelo gênero “de fora” e não pelo próprio Road movie. Em síntese, os filmes de estrada não possuem um plano de conteúdo próprio; não possuem uma forma fixa, mas variável, e não possuem uma substância variável, mas fixa. Essa é uma segunda regra quebrada por esse tipo de filmes. Um gênero como Drama, por exemplo, terá em seus procedimentos de montagem algo que lhe é particular, específico: ritmo, andamento, variações nas categorias de tempo e de espaço, entre outros. 

Ele possuirá um grande leque de variações temáticas, desde que os temas ligados ao gênero recebam valores característicos (senão, o que era para ser dramático, torna-se comédia); uma Comédia, a seu modo, terá uma montagem mais frenética, mais ágil, com gags visuais que correspondem à sua substância da expressão; assim como um Horror terá uma montagem mais lenta, introspectiva e pouco reveladora, já que o suspense e o medo devem ser mantidos e, com relação à substância da expressão, haverá sempre elementos que remetem ao universo do mal. Pode-se dizer que esses procedimentos ocorrem de modo diferente no Road movie.

Resumo da ópera de forma Pop

Road movie é um filme legal, com trilha sonora bacana, onde pessoas utilizam a estrada para chegar ou enfrentar seu destino.

Abaixo, a tradicional listinha para conhecer filmes sobre o tema. Não são os melhores, alguns nem são importantes. Mas mostram o que é um road movie puro e simples.

1. HISTÓRIA REAL (The Straight Story)

Um filme atípico na filmografia de David Lynch, ainda que muito de sua marca esteja presente nessa história de um velhinho que parte numa longa viagem em cima de um cortador de grama. Ele atravessa várias cidades devagarinho, nesse “meio de transporte” com o Objetivo de ver o seu irmão, que estava muito doente. Ele tem suas próprias razões para querer viajar em cima de um cortador de grama, em vez de um meio de transporte mais rápido. Pra que razão melhor do que ver aquele céu estrelado? Curiosamente, o veterano Richard Farnsworth, o protagonista do filme, cometeu suicídio poucos meses depois do filme, aos 80 anos de idade. Farnsworth foi indicado a dois Oscars, sendo que um deles por “História Real”.


2. O ESTRANHO CAMINHO DE SÃO TIAGO / A VIA LÁCTEA (La Voie Lactée).

O genial Luis Buñuel conta a história de dois vagabundos saindo de Paris e seguindo o caminho de Santiago de Compostella, na Espanha. Ao mesmo tempo que mostra o percurso dos dois, Buñuel nos apresenta o que ele e Jean-Claude Carrière consideravam as seis maiores heresias. Os dois fizeram uma intensa pesquisa e fizeram um filme bastante polêmico e considerado ofensivo pelos católicos mais radicais.

3. E SUA MÃE TAMBÉM (Y Tu Mamá También)

Talvez um dos filmes em que a gente mais sente a alegria de viajar. Talvez porque seus protagonistas são muito jovens e cheios de vida.No México, dois rapazes e uma mulher mais velha que eles partem numa viagem pelo interior do país. No caminho, eles aprendem muito sobre sexo, amizade e a valorização de cada momento da vida, como se fosse o último. Belíssimo e sensual trabalho de Alfonso Cuarón.


4. SIDEWAYS – ENTRE UMAS E OUTRAS (Sideways)

Diferente dos jovens do filme de Cuarón, os protagonistas de “Sideways” já se aproximam da meia-idade e a vida já lhes trouxe muitas amarguras e decepções. Talvez por isso que o personagem de Paul Giamatti não consegue sentir se entusiasmar tanto com essa viagem. Para ele, o principal objetivo da viagem vai ser mesmo conhecer as principais rotas de vinho da Califórnia. Mas, para sua sorte, a amizade, o retorno da auto-estima e as mulheres estarão pelo caminho.


5. FLORES PARTIDAS (Broken Flowers)

Assim como o personagem de Giamatti, o personagem de Bill Murray nesse filme é um homem anestesiado e que já perdeu o gosto pela vida. Até o dia em que ele recebe uma carta anônima que lhe avisa de um filho adolescente, do qual ele não sabia da existência. Auxiliado por seu vizinho e amigo, ele faz uma viagem em busca da mãe de seu filho. O final é belíssimo.


6. CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS.

Um dos melhores filmes dos últimos anos do cinema brasileiro, essa pérola dirigida pelo pernambucano Marcelo Gomes é uma das mais inspiradas odes sobre a amizade já realizadas. Grande sacada colocar como um dos protagonistas um estrangeiro. 

É assim como nos sentimos naquele lugar devastado pela fome e pela miséria, mas que pelo menos não cai bombas do céu. Poucos filmes me deram tanto prazer nesse ano de 2006.

7. ONDE ANDA VOCÊ?

Já que estamos falando de filme brasileiro, lembro desse título tão mal recebido pela crítica e pelo público, mas que me proporcionou momentos de muita alegria. Na trama, um comediante decadente realiza uma viagem em busca de um comediante lendário que mora numa terra distante do Nordeste brasileiro. Vale tudo para alcançar a felicidade perdida. Adoro o tom agridoce desse filme. 

Dirigido por Sérgio Rezende, que voltou às telas com “Zuzu Angel”.

8. DIÁRIOS DE MOTOCICLETA (Diarios de Motocicleta / The Motorcycle Diaries)

Projeto bem mais ambicioso dirigido por um cineasta brasileiro é essa cinebiografia de parte da juventude de Che Guevara, quando ele saiu de motocicleta com um amigo para conhecer a América do Sul. Este é o exemplo clássico de road movie que mostra o quanto uma viagem pode interferir na vida de uma pessoa e modificá-la para sempre.


9. THELMA & LOUISE

Já entrando no território misto de road movie com filmes de fuga, um dos exemplos mais acabados da filmografia de Ridley Scott é “Thelma & Louise”. O que acontece quando duas mulheres saem em busca da liberdade que há tanto tempo lhes foi negada? Na história, uma dona de casa e uma garçonete fogem de suas vidas e de seus maridos num Thunderbird. A viagem das duas vai ser no mínimo explosiva.


10. TRÊS ENTERROS (The Three Burials of Melquiades Estrada).

A viagem não é nada agradável, principalmente para o homem que matou acidentalmente Melquiades Estrada. Para ele, essa viagem é como uma purgação pelos seus pecados. No meio do caminho, o deserto que castiga o corpo, cobras venenosas, a pobreza do México e um velho cego que pede para que uma alma caridosa lhe faça o favor de ceifar a sua vida miserável. Excelente estréia na direção de Tommy Lee Jones.


11. SEM DESTINO (easy rider)

Wyatt (Peter Fonda) e Billy (Dennis Hopper) são motoqueiros que viajam pelo sul dos Estados Unidos. Após levarem drogas do México até Los Angeles, eles as negociam com um homem em um Rolls-Royce. Com o dinheiro a dupla parte rumo ao leste, na esperança de chegar a Nova Orleans a tempo para o Mardi Grass, um dos Carnavais mais famosos em todo o planeta.


12. KALIFÓRNIA

Brian Kessler (David Duchovny) e Carrie Laughlin (Michelle Forbes) decidem viajar até a Califórnia e fotografar lugares ligados a serial killers. Mas, por estarem com pouco dinheiro, procuram outros interessados no passeio, com quem possam dividir as despesas. Só respondem ao anúncio Adele Corners (Juliette Lewis), uma jovem submissa, e Early Grayce (Brad Pitt), um assassino psicopata, que transformará a viagem em um terror crescente.


13. NEBRASKA

Woody Grant (Bruce Dern) é um homem idoso que acredita ter ganho US$ 1 milhão após receber pelo correio uma propaganda. Decidido a retirar o prêmio, ele resolve ir a pé até a distante cidade de Lincoln, em Nebraska. Percebendo que a teimosia do pai o fará viajar de qualquer jeito, seu filho David (Will Forte) resolve levá-lo de carro. Só que no caminho Woody sofre um acidente e bate com a cabeça, precisando descansar. David decide mudar um pouco os planos, passando o fim de semana na casa de um de seus tios antes de partir para Lincoln. Só que Woody conta a todos sobre a possibilidade de se tornar um milionário, despertando a cobiça não só da família como também de parte dos habitantes da cidade.


14. PARIS, TEXAS

Um homem (Harry Dean Stanton) é encontrado exausto e sem memória em um deserto ao sul dos Estados Unidos. Aos poucos se recordando de sua vida, ele é acolhido pelo irmão Walt (Dean Stockwell), que é casado com Anne (Aurore Clément). Com eles vive também Alex (Hunter Carson), filho do homem sem memória, que aos poucos volta a se identificar com o pai.


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