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ORION PICTURES - A HISTÓRIA


A Orion Pictures Corporation é uma empresa de distribuição norte-americana que produziu e lançou filmes, de 1978 até 1999, e também esteve envolvida na produção de televisão ao longo dos anos 80 até o início de 90. Em 2013, a Metro Goldwyn Mayer reviveu o nome Orion para a televisão; um ano mais tarde a Orion Pictures foi discretamente relançada pelo estúdio. 

Foi formada em 1978 como uma joint venture entre a Warner Bros. e três ex-executivos de alto escalão da United Artists. Embora ela nunca tenha sido uma grande produtora de cinema, a Orion alcançou uma reputação relativamente elevada para o padrão de Hollywood. Woody Allen, James Cameron, Jonathan Demme, Oliver Stone, e vários outros diretores proeminentes trabalharam com a Orion durante seus anos de maior sucesso, de 1978 a 1992. 

Dos filmes distribuídos pela Orion, quatro ganharam o Oscar de Melhor Filme: Amadeus, Platoon, Danças com Lobos e O Silêncio dos Inocentes. E dois outros filmes. Hannah e Suas Irmãs e Mississipi em Chamas, foram nomeados para a mesma categoria.

COMEÇO:1978-1981

Em janeiro de 1978, três executivos do estúdio Transamerica, propriedade da United Artists,  Arthur B. Krim, Eric Pleskow, e Robert S. Benjamin saíram de seus trabalhos. Krim e Benjamin dirigiam na UA desde 1951, que posteriormente, virou o estúdio que lucrou com uma série de sucessos de crítica e público.

A mudança tinha começado uma vez que a Transamerica comprou a UA em 1967, e dentro de uma década uma fenda formou-se entre Krim e o presidente da TA,  Jack Beckett em relação às operações do estúdio. Krim sugeriu a cisão da United Artists, o que foi rejeitada por Beckett.


A gota d'água veio com Pleskow, quando ele se recusou a recolher e entregar os registros médicos dos chefes  de departamento da UA para Transamérica, em San Francisco por uma questão de confidencialidade. As tensões só pioraram quando a revista Fortune relatou um artigo sobre o choque entre UA e TA, em que Beckett havia afirmado que, se os executivos não gostavam do tratamento de sua empresa matriz, deveriam renunciar. 

Krim, Benjamin e Pleskow saíram da United Artists em 13 de Janeiro de 1978, seguindo das saídas dos vice-presidentes sênior William Bernstein e Mike Medavoy três dias depois. 63 figuras importantes de Hollywood colocaram um anúncio em um jornal especializado avisando que a UA tinha cometido um erro fatal em deixar os cinco homens saírem. 

O erro fatal tornou-se realidade após o desastre de bilheteria de “O Portal do Paraíso ", que levou à Transamerica lavar as mãos na indústria do cinema com a venda UA à Metro Goldwyn Mayer. Em fevereiro de 1978, os cinco homens fizeram um acordo com a Warner Bros. Os executivos formaram a Orion Pictures Company, usando o nome da constelação, que alegaram que tinha cinco estrelas principais. 

A nova empresa pretendia apenas financiar projetos, dando a cineastas completa autonomia criativa. Este ideal foi implementado com grande sucesso na United Artists. A Orion possuía uma linha de crédito de 100 milhões, e seus filmes seriam distribuídos pelo estúdio Warner Bros.. À Orion, no entanto, foi contratualmente dada as rédeas da distribuição e publicidade, bem como o número e tipo de filmes que os executivos optariam por investir.


No final de março de 1978, a Orion assinou seu primeiro contrato; um acordo de dois filmes com a produtora de John Travolta. Seguiram-se contratos com a atriz e diretora Barbra Streisand, com os atores James Caan, Jane Fonda, Peter Sellers, Jon Voight e Burt Reynolds, os diretores Francis Ford Coppola e Blake Edwards, o escritor e diretor John Milius, o cantor Peter Frampton, e o  produtor Ray Stark. 

A Orion também desenvolveu um co-financiamento e acordo de distribuição com a EMI Films. Até o final do seu primeiro ano, a empresa tinha colocado 15 filmes em produção, e teve um adicional de 12 diretores, produtores e atores definidos, dando à Orion uma sólida reputação desde o início.

Em 1979, Benjamin morreu. O primeiro filme de Orion foi lançado em abril daquele ano, Um pequeno romance, de George Roy Hill.  Em abril de 1980, a Orion tinha apenas um filme de sucesso em sua lista: A mulher nota 10 de Blake Edwards. Outros filmes foram lançados nesse período incluindo: O Grande Santini, Clube dos pilantras  e Promessas no escuro.

Com 23 filmes lançados, em 2 anos, somente um terço teve lucro. Eles acabaram passando para frente, por restrições orçamentárias, 'Os caçadores da arca perdida'...Imagine o arrependimento?

AQUISIÇÃO DA FILMWAYS: 1981-1983

No início de 1982, a Orion tinha cortado seus laços de distribuição com a Warner. Como parte do acordo, os direitos de filmes da Orion feitas até esse ponto foram vendidos para a Warner. Ela estava tentando ter a sua própria rede de distribuição através da aquisição de outra empresa com tais capacidades. Os quatro parceiros analisaram a Allied Artists e a Embassy Pictures antes de se estabelecer na Filmways. 

A Orion posteriormente comprou a Filmways e reorganizou a empresa. Os novos funcionários foram contratados e todos os ativos de não entretenimento da Filmways (Grosset & Dunlap e Broadcast Electronics) foram vendidos em junho de 1982, e foi rebatizada de Filmways Orion Pictures Corporation.


Outro resultado da fusão era que a Orion entrou na produção televisiva. O maior hit da TV foi Cagney e Lacey, que durou sete temporadas na CBS. Em 1983, a Orion Pictures apresentou a divisão  Orion Classics com os executivos que tinham anteriormente administrado a United Artists Classics.

OS PROBLEMAS SURGEM: 1984-1986

De acordo com os dados da empresa: "Dos 18 primeiros filmes que a empresa havia lançado como Orion Pictures Corporation, dez haviam sido rentáveis, cinco tinham empatado capital, e três tiveram prejuízo". 

Um desses filmes, The Cotton Club, de Francis Ford Coppola, estava atolado em problemas legais e a Orion perdeu 3 milhões do seu investimento. "Tivemos algumas promessas, mas nenhuma se cumpriu", lamentou Krim. Em Setembro de 1984, a Orion distribuiu Amadeus, que recebeu muito elogios, ganhando oito Oscar, incluindo Melhor Filme.


Para a Orion, 1985 foi um ano sombrio; todos os filmes, a não ser 'Procura-se Susan Desesperadamente', fizeram menos de 10 milhões em bilheterias dos Estados Unidos. Canais de distribuição ruins e campanhas publicitárias sem sucesso tornaram impossível conseguir um hit. 

Outro fator foi que Orion estava prestes a aventurar-se no negócio de home vídeo e parou de vender direitos de uso doméstico para seus filmes. Além disso, a produção da comédia 'De volta à escola' com Rodney Dangerfield foi colocada em espera quando um produtor morreu, levando o filme para o Natal de 1985.

Em janeiro de 1986, Mario Kassar e Andrew Vajna, os produtores dos filmes Rambo (o primeiro inclusive foi distribuído pela Orion) tentaram comprar por 55 milhões de dólares o arquivo do estúdio através da empresa Anabasis.  A Warburg Pincus posteriormente limitou a sua participação de 20% na Orion para 5%; o arquivo remanescente foi adquirido pela Viacom International. Ela esperava usá-los em seu canal de TV por assinatura Showtime. A Orion expandiu-se para a distribuição de home vídeo com a formação da Orion Home Entertainment Corporation.

ERA METROMÉDIA : 1986-1991

Em 22 de maio de 1986, a Metromedia, uma empresa de televisão e comunicações controlada pelo bilionário John Kluge, adquiriu uma participação de 6,5% da Orion. O investimento de Kluge na empresa veio na hora certa; 'De volta à escola' foi um sucesso e lucrou 90 milhões dólares nas bilheterias. 

Em março de 1987, a fortuna do estúdio aumentou drasticamente com uma sucessão de acertos críticos e comerciais, incluindo Platoon, que ganhou um Oscar de Melhor Filme, Hannah e suas irmãs de Woody Allen, e Hoosiers, filmes sobre esportes. Em 1986 a Orion totalizou 18 indicações ao Oscar, mais do que qualquer outro estúdio. 1987, a Orion havia alcançado mais sucesso ainda com RoboCop, e Sem saída.

Em Janeiro de 1987, Kluge enfrentou grande concorrência com a chegada de Sumner Redstone. Sua rede de cinemas, National Amusements, comprou 6,42 por cento das ações da empresa. A National Amusements posteriormente adquiriu a Viacom, aumentando a sua participação na Orion em 21%, em seguida, 26%. 

Logo Kluge começou a comprar mais ações da Orion, levando a ele e a Redstone a assumir a empresa. Kluge, em última instância, quando conseguiu a Metromedia assumiu aproximadamente 67% da Orion, em 20 de Maio de 1988, e com isto, efetivamente deu-lhe o controle do estúdio. Um analista comentou sobre a aquisição com o Wall Street Journal: "Esse valor é provavelmente tão pequeno para Kluge que ele não se importa. Ele provavelmente queima este dinheiro em um fim de semana.".


Em 1989, a Orion sofria por causa de uma sequência desastrosa de filmes, colocando-se em último lugar entre os grandes estúdios de Hollywood em termos de receitas de bilheteira. Entre seus maiores fracassos foram Fera do rock (Great Balls of Fire!), a biografia de Jerry Lee Lewis estrelada por Dennis Quaid e Winona Ryder; 

Ela é o diabo (She Devil), uma comédia de humor negro estrelada por Meryl Streep e Roseanne Barr; e adaptação de "Les Liaisons Dangereuses" de Milos Forman, Valmont, que competiu com Ligações Perigosas, também com base no mesmo material de origem.; sessões de teste da comédia "Tv Pirada", com Weird Al Yankovic, eram tão empolgantes que a Orion tinha grandes expectativas para ele, mas também fracassou.

Em fevereiro de 1990, Orion assinou um contrato com a Columbia Pictures Entertainment em que o estúdio pagaria à Orion $175 milhões para distribuir filmes e programas de televisão no exterior. A Orion tinha previamente licenciado seus filmes para distribuidores individuais por território. No mesmo mês, Mike Medavoy deixou a Orion e tornou-se chefe da Tri Star Pictures.

O ano de 1990 foi tão terrível para a Orion como no ano anterior, com fracassos como 'Hot Spot - Um Local Muito Quente' e 'Um tiro de misericórdia'. O único ponto luminoso foi Dança com lobos, western épico de Kevin Costner, que ganhou sete prêmios da Academia, incluindo Melhor Filme, e arrecadou 400 milhões dólares em todo o mundo. Poucos meses depois, a Orion lucrou com outro vencedor com O Silêncio dos Inocentes, mas estes dois filmes não poderiam compensar os anos de perdas. 


FALÊNCIA: 1991-1995

Depois de não conseguir vender a Orion ao empresário Marvin Davis, Kluge tomou medidas drásticas. Primeiro, a Orion encerrou a produção. Em segundo lugar, Kluge ordenou a venda de vários projetos, tais como A Família Addams, a fim de acumular dinheiro necessário. Por fim, na primavera de 1991, Kluge assumiu a empresa, levando à saída de Arthur Krim. 

Os problemas financeiros da Orion foram tão graves, que na edição do Oscar de março de 1991, o anfitrião Billy Crystal fez referência à dívida do estúdio em seu monólogo de abertura, brincando: - "Reverso da fortuna "sobre é uma mulher em coma, 'Tempo de despertar' sobre um homem em um coma, e 'Dança com lobos' foi distribuído  pela Orion, um estúdio em coma ".

Em 25 de novembro de 1991, a Orion vendeu o Hollywood Squares para a King World Productions depois que fechou sua divisão de televisão. Em 11 de dezembro de 1991, a  Orion entrou com pedido de proteção de falência.


Em dezembro de 1991, Orion estava em negociações com a New Line Cinema, uma empresa de sucesso do cinema independente, para adquirir o estúdio à falência. Até o mês de abril seguinte, Orion e a New Line cancelaram seus planos por causa da questão do preço. 

A Republic Pictures e, em seguida, a nova Savoy Pictures também tentaram comprar a Orion, mas nenhum acordo se materializou. Na cerimônia do Oscar, transmitida em 30 março de 1992, Crystal ainda fez outra referência a Orion, desta vez sobre a sua “morte”.

A falência da Orion também atrasou o lançamento de muitos filmes que o estúdio havia produzido ou adquirido, entre eles RoboCop 3, Metade negra, Chamando carro 54, Clifford, Um Favor Indecente, Os últimos dias do paraíso.  Somente em 1993 e 1994 que os filmes foram finalmente lançados.

FALÊNCIA DECRETADA: 1996-1999

A Orion foi finalmente capaz de sair da concordata em 1996, mas alguns dos filmes lançados durante os quatro anos depois de proteção contra falência foram bem sucedidos, crítica ou comercialmente.

Em 1996, ela adquiriu a produtora Metromedia Motion Picture Corporation of America, e nomeou Brad Krevoy e Steve Stabler, como presidentes das cooperativas da Orion.


Nos próximos anos, a Orion produziu poucos filmes, e liberou principalmente, filmes de outros produtores, incluindo entretenimento ao vivo. A Orion Classics lançou filmes de arte como 'Encaixotando Helena', antes da Metromedia incorporar com a Samuel Goldwyn Entertainment em 1996.

Em julho de 1997, os acionistas da Metromedia aprovaram a venda da Orion à Metro Goldwyn Mayer. Isso levou à retirada de 85 funcionários, incluindo Krevoy e Stabler, enquanto 111 outros funcionários deveriam ser demitidos no prazo de nove meses, direcionando 25 deles para trabalhar na MGM. "A coragem de um homem" foi o último filme lançado pela Orion.

ORION RETORNA

Em 2013, a MGM reviveu a marca Orion Television com uma nova série chamada 'Paternity Court'. No ano seguinte a Orion lançou o remake disfarçado de continuação de "The Town That Dreaded Sundown", que depois de anos, recebeu o nome de "Assassino invisível" aqui no Brasil. A Orion também lançou o filme brasileiro "Vestido pra Casar". Depois disto, a Orion foi posicionada como unidade de distribuição da MGM,  com foco em filmes especiais.


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