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O DESTINO DO POSEIDON (1972) - FILM REVIEW

Revisão sugerida pelo leitor (e entrevistado) Ivann Willig

Uma questão de ponto de vista

O cinema catástrofe dos anos 70 teve seus momentos. E foram momentos que deixaram marcas, principalmente em 4 momentos: Terremoto,  dirigido pelo hábil Mark Robson, tinha Charlton Heston, Ava Gardner, George Kennedy (e grande elenco), foi escrito por Mario Puzo (sim, de Poderoso chefão e Superman: O Filme) e de quebra, concorreu a vários Oscars; "Aeroporto", concorreu a 10 Oscars. Sério !!! E ainda tiveram gás de produzir várias continuações (inclusive, duas delas tem relação com tragédias aéreas no Brasil. Não acredita? Clica aqui e descubra); Inferno na torre, que concorreu a 8 Oscars e tinha um elenco, digamos, inigualável.

O que nos leva ao Destino do Poseidon. O filme conta a história de um transatlântico de luxo, o S.S. Poseidon, que é atingido na véspera de Ano Novo por uma onda gigantesca, fazendo-o virar de cabeça para baixo. Um grupo de sobreviventes que está em um salão de baile de um convés superior (mas que depois de virar, fica abaixo da linha d'água) tenta escapar da embarcação liderados pelo reverendo Frank Scott. Para isso, devem chegar à casa de máquinas que se localiza no casco do navio (que agora está acima da linha d'água), e durante o percurso acabam enfrentando muitos perigos no navio instável que pode afundar a qualquer momento.


Se não me falha a memória (se eu tiver enganado, please, escrevam nos comentários), é o único filme catástrofe (digno) oficialmente refilmado duas vezes (no ano 2005, para Tv e  em 2006). O elenco é incrível: Gene Hackman (Venceu o BAFTA de Melhor Ator), Ernest Borgnine, Shelley Winters (treinou com um técnico de natação para que sua interpretação de uma premiada nadadora fosse a mais realista possível e como reconhecimento, levou o Globo de Ouro de Atriz Coadjuvante ), Roddy McDowall, Carol Lynley entre outros. A produção concorreu a 9 Oscars e foi dirigido por Ronald Neame e co- dirigido pelo mestre Irwin Allen. As filmagens foram paralisadas por duas vezes, por conta de problemas financeiros e apenas quando o produtor Irwin Allen entrou no projeto é que o filme pôde finalmente ser concluído. 

Paul Gallico, autor do livro em que o filme foi baseado, escreveu a história inspirado por um incidente verídico, ocorrido com o navio Queen Mary durante a 2ª Guerra Mundial. Certa vez, enquanto levava tropas americanas para a Europa, o navio foi atingido por uma onda gigante em pleno Atlântico Norte. Posteriormente foi calculado que se o navio tivesse girado mais 12,7 centímetros, ele teria virado. Detalhe: Algumas das cenas dentro do Poseidon antes da onda gigante foram rodadas no próprio Queen Mary.

O roteiro do filme é muito bem construído, dando ritmo acelerado à produção. A ideia de explorar o navio de cabeça para baixo, rende ótimas cenas, ao mesmo tempo que induz os personagens (e o telespectador) a pensar de forma invertida, já que está tudo ao contrário (no cenário) e a "missão" deles é chegar no casco, partindo do salão onde se encontravam. Foi uma forma criativa subverter o gênero, tanto explorado desde o cinema mudo.


E porque revisitar o clássico, e não o mais novo?
Há uma diferença brutal entre as duas produções: nós.

Em 2006, quando foi lançada a versão mais nova, estávamos ávidos a filmes bem feitos, quase perfeitos do ponto de vista técnico. Mas em 72, havia uma certa inocência no telespectador. Uma despreocupação com tudo aquilo visto. Havia um charme que hoje não pode ser replicado. Atores que sua simples presença, garantia que o filme seria acima da média. Prova é que a grande maioria dos filmes dos anos 70 e 80, quando refilmados, ganham apenas no quesito tecnologia, mas se torna um filme esquecível na primeira semana.

Querem exemplos?

Sabe de alguém que comenta Dirty Dancing (de 2017 !!!) ou Footloose de 2011? Nobody !!! (como diria Douglas Quaid em Vingador do futuro, que aliás, teve um remake que ninguém lembra em 2012). Quem assistiu o novo Saltimbancos trapalhões e viu o antigo na época, verá a diferença absurda entre a emoção sentida nas duas produções.


Poseidon é um mergulho opcional em meio a emoções inevitáveis. Aceite o convite, entre na história, tenha a oportunidade de ver a vida de cabeça para baixo. E aprenda que a solução, muitas vezes, é apenas uma questão de ponto de vista.


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