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MACARTISMO NO CINEMA (OU OS FILMES ESSENCIAIS PARA ENTENDER A PERSEGUIÇÃO AOS COMUNISTAS)


O MACARTISMO

O Macartismo é uma expressão derivada do inglês “McCarthyism” e corresponde a um período histórico dos Estados Unidos. Foi caracterizado pela intensa de repressão e perseguição política, baseada em métodos de censura e difamação pela prática de acusações de traição ou subversão, publicadas sem evidências, mas com grande impacto negativo na vida dos denunciados.

Com efeito, a denominação tem sua origem no expoente máximo da "caça as bruxas", o senador republicano Joseph McCarthy, autor de projetos de lei anticomunistas e orador enfurecido no Congresso. Por conseguinte, vale ressaltar que o senador se insere no contexto da Guerra Fria (1945 -1989), um período de bipolarização político-ideológica mundial, que teve início com a suspensão das relações de cooperação com a União Soviética, iniciadas na era Roosevelt.

Este fato, por sua vez, é fruto da política externa anti-soviética conhecida como Doutrina Truman, do presidente Harry Truman (1945), o qual resultou em graves conflitos, como a Guerra da Coreia (1950) e a Guerra do Vietnã (1964). 

Características do Macartismo

A principal característica do Macarthismo são as acusações infundadas sob o pretexto de espionagem e subversividade. Curiosamente, toda atitude como participar de uma passeata ou apoiar as políticas do governo Roosevelt pode ser alvo da patrulha anticomunista, com isso, sofrer uma aberta perseguição política marcada pelo desrespeito aos direitos civis.

Infelizmente, este período ficou marcado pela manipulação midiática anticomunista, pela prática indiscriminada de interrogatórios produzidos por delatores pagos para indicar os comunistas, bem como pela intimidação para obtenção de confissões e mais delações e a criação das famigeradas “listas negras”, que marcavam os perseguidos como traidores. Ora, qualquer um envolvido nos movimentos sindicais ou que manifestasse qualquer simpatia socialista era incluído na lista e dificilmente conseguiria emprego regular novamente. Por outro lado, o mais gritante foi à evidente parcialidade nas investigações, as quais atingiam o próprio governo republicano e o exército, o que chocou a opinião pública americana e culminou no fim do macarthismo.

O Macartismo e a "Caça as Bruxas"

De fato, o macarthismo constituiu-se como uma verdadeira campanha de perseguição aos comunistas em território estadunidense, tal como a “caça as bruxas” um movimento que teve inicio no século XV e perdurou até o século XVIII. Esta aproximação se deve ao fato desse período ficar conhecido pelas delações de supostos comunistas (delação foi à principal arma do macarthismo), como foram delatadas as supostas bruxas. O medo do Comunismo e da espionagem soviética levou milhares de americanos a serem acusados de comunistas ou simpatizantes entre os anos de 1940 até o fim dos anos 1950. 
Os principais acusados pertenciam ao serviço público, à indústria do espetáculo e cinematográfica, incluindo atores, diretores, roteiristas e músicos; outros, como cientistas, educadores e sindicalistas também foram acusados aos montes. Nomes como os de Charlie Chaplin, Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e Edward U. Condon estão entre os acusados que sofreram forte perseguição política pelas medidas do macarthismo.

Abaixo, confiram produções que retratam esta era complicada da história que influenciou diretamente o cinema.


Em Pittsburgh um agente do F.B.I. trabalha infiltrado no Partido Comunista por nove anos, mas sua família acha que ele é um comunista de verdade.
(Os comunistas são retratados no filme como oportunistas cínicos, racistas e bandidos violentos e somente interessados em tomar poder em nome dos soviéticos. Imagem fortemente influenciada pela Guerra Fria.)


Jovem mexicano é submetido a julgamento pela suspeita de assassinato de uma adolescente. Para sua defesa recebe a “ajuda” de um advogado comunista, que deseja vê-lo executado como mártir da causa vermelha.


A bibliotecária Alicia Hull (Bette Davis) é demitida quando se recusa a retirar da biblioteca o livro “O Sonho Comunista”. Após isso é acusada de subversão, mas o juiz Robert Ellerbe pensa diferente. Acha que ela foi injustiçada e convoca os moradores locais para uma reunião. Um advogado ambicioso começa a pregar que ela na verdade é uma comunista, e os moradores são influenciados por ele. A biblioteca logo é incendiada.


O Documentário é a compilação das imagens televisivas das audições Exército-McCarthy de 1954, em que o Exército acusou o Senador McCarthy de ilegalmente pressionar o Exército para obter privilégios especiais do soldado David Schine, ex-funcionário do comitê investigativo de McCarthy. McCarthy acusava o Exército de manter Schine como cativo, o impedindo de procurar por comunistas no Exército. Estas audições resultaram na censura que impediu McCarthy de reeleger-se.


1953. Howard Prince (Woody Allen) trabalha em um restaurante e aceita ajudar Hecky Brown (Zero Mostel), um roteirista que é seu amigo. Hecky está na lista negra promovida pelo senador McCarthy e, com isso, não consegue emprego na TV e no cinema. O plano é que Howard apresente em uma emissora de TV um roteiro de Hecky como se fosse seu, sendo bem remunerado por isto. Como precisa saldar dívidas de jogo, Howard aceita. Só que à medida que lida com Florence Barrett (Andrea Marcovicci), que largou a TV por não suportar mais o ambiente, e um antigo astro que está na lista negra, Howard começa a mudar seu pensamento diante da situação em que está envolvido.


Documentário que descreve a era da "Lista Negra" em Hollywood - ou também conhecida como "Caça às Bruxas" na indústria cinematográfica. Trazendo material original dos anos 1950, o filme mostra como foi a experiência dos envolvidos no "Hollywood Ten" - os dez nomes de celebridades do cinema acusados pelo senador Joseph McCarthy de conspiração comunista, entre eles o roteirista Dalton Trumbo. Um momento histórico é que aquele em que um roteirista, ao fazer seu discurso de agradecimento no Emmy Awards, anunciou para todos os presentes que ele fazia parte da Lista Negra. Em outro, ainda mais surpreendente, o ex-ator e ex-presidente Ronald Reagan explica porque a Lista Negra foi importante e benéfica para Hollywood.


Durante a Segunda Guerra, radialista faz sucesso com seu programa de rádio transmitido direto da Inglaterra. De volta aos EUA após a guerra, porém, vê seu país mudado e enfrenta o comercialismo selvagem do rádio, a censura e o macarthismo.


A editora da revista "Life" perde o emprego ao recusar-se a delatar colegas apontados como comunistas pelo macarthismo e acaba se envolvendo com agente do FBI.Nos anos 50, quando os norte-americanos estavam em plena época de "caça" aos comunista, a jornalista Emily Crane (Kelly McGillis) se recusa a colaborar com investigações de supostas "atividades anti-americanas". Conseqüentemente, Crane perde o emprego e se torna alvo de uma conspiração.


Nos anos 50, na era McCarthy, a doutrina anti-comunista faz circular em Hollywood uma lista negra. Ali estão os nomes de profissionais suspeitos de ter relações com o comunismo e que não devem ser contratados. Neste clima opressivo, David Merrill (Robert De Niro) é um diretor de filmes chamado a prestar depoimento para um comitê que investiga "atividades anti-americanas", mas se nega a cooperar porque não quer prejudicar um amigo. Merrill, que sempre havia posto sua carreira em primeiro lugar, é incluído na lista negra por sua recusa e não encontra mais trabalho algum. Surge o dilema: ele colabora com o comitê inquisidor para retomar sua carreira ou mantém limpa sua consciência?


Deitado numa cama de hospital, morrendo de AIDS, Roy Cohn, um advogado sem escrúpulos, ambicioso, fascinado pelo poder, lembra sua vida, principalmente os anos 50, quando se transformou no braço direito do temido Senador Joseph McCarthy, na caça aos comunistas americanos. Homem sem limites, chegou a comprometer a vida e a carreira de seus amigos, como J. Edgar Hoover, do F.B.I. e o Cardeal Spellman, se transformando em uma das pessoas mais odiadas dos EUA. 


A trajetória do Walter Winchell (Stanley Tucci), um colunista que conseguiu atrair a audiência do público ao relatar os "podres" de conhecidas pessoas da vida pública. Dono de um estilo não muito ortodoxo, Winchell denunciou ricos e poderosos e, se era admirado por uns, existiam aqueles que o abominavam. Gradativamente no transcorrer da sua carreira Winchell abandona sua coluna de fofocas, na qual dizia quem transava com quem, e se dedica a assuntos mais sérios, como denunciar Hitler, pois antes da guerra eclodir ele já sabia que a Alemanha era governada por um louco e que a Europa corria perigo. Quando seu patrão, William Raldolph Hearst (Kevin Tighe), mandou que parasse de escrever contra o mandatário alemão ele se recusou, mas nem sempre Winchell esteve do lado certo. Winchell esteve longe de ter uma vida exemplar, pois enquanto morava num hotel longe da família era íntimo de uma conhecida prostituta, que sonhava em se tornar atriz, e em um momento delicado da vida dela foi a vez de Winchell abandoná-la.


Produção televisiva que conta a conturbada história do escritor Dashiell Hammett e a atriz Lillian Hellman durante a era de ouro de Hollywood - os anos da Segunda Guerra Mundial e na posterior caça às bruxas nos anos de 1950. Considerados ícones de várias gerações, Dashiell e Lillian marcaram suas vidas com um relacionamento amoroso tumultuado, regrado a bebidas, altos e baixos na carreira e desgraça política - ambos mencionados pelo Comitê de Atividades anti-americanas sob suspeita de serem comunistas.


Centrado em torno da chamada "caça às bruxas" do senador McCarthy, o filme conta a movimentada carreira de diretor de cinema Herbert J. Biberman, que aliás se tornou parte da lista negra após seu filme de 1954 " O sal da terra".O filme começa com cinematográfica cerimônia do Oscars de 1937, quando sua esposa Gale Sondergaard ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante. Dez anos mais tarde, um grupo de diretores de Hollywood, entre os quais se encontra Biberman, são rotulados como comunistas é também obrigado a comparecer perante uma comissão do Congresso.


Edward R. Morrow (David Strathairn) é um âncora de TV que, em plena era do macarthismo, luta para mostrar em seu jornal os dois lados da questão. Para tanto ele revela as táticas e mentiras usadas pelo senador Joseph McCarthy em sua caça aos supostos comunistas. O senador, por sua vez, prefere intimidar Morrow ao invés de usar o direito de resposta por ele oferecido em seu jornal, iniciando um grande confronto público que trará consequências à recém-implantada TV nos Estados Unidos.


O roteirista Dalton Trumbo (Bryan Cranston) tem uma história singular em Hollywood: apesar de ter escrito algumas das histórias de maior sucesso da época, como A Princesa e o Plebeu (1953), ele se recusou a cooperar com o Comitê de Atividades Antiamericanas do congresso e acabou preso e proibido de trabalhar. Mesmo quando saiu da prisão, Trumbo demorou anos para vencer o boicote do governo, sofrendo com uma série de problemas envolvendo familiares e amigos próximos.



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