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O CEMITÉRIO PERDIDO DOS FILMES B - EDITORA ESTRONHO


No cemitério de Cesar Almeida...

Eu sempre garimpei filmes, assim como o amigo autor do livro, César Almeida. Lembro de uma história que representa bem a ideia. Na minha cidade, com tantas e tantas locadoras, não tinha o filme "Maldição do altar escarlate". E quando viajei para Saquarema, fui procurar locadoras (sempre fiz isto na época do vhs, quando eu ia em cidades  diferentes), e ao achar uma me deparei com o filme la. 

O que fazer, sem comprovante de residencia para abrir ficha? Contei a verdade para o dono da locadora. E surpreendentemente, ele me emprestou o filme. Levei para a casa onde eu estava, assisti e devolvi. Esta pequena história representa a força de vontade de muitos e muitos cinéfilos espalhados pelo mundo. 

E "Maldição do altar escarlate" se encaixa na classe de filmes cultuados e com baixo orçamento, ou Filmes "B".  E neste caminho cinéfilo, vamos descobrindo como estes filmes "B" são gostosos de assistir, com suas histórias simples, efeitos pobres e atores ruins.


Aliás, o que é mesmo um filme "B"?

É um termo usado originalmente para se referir a filmes de Hollywood destinados a serem a "outra metade" de uma sessão dupla, que geralmente apresentava dois filmes do mesmo gênero (faroeste, gangsteres ou horror). Nos tempos dos maiores estúdios de cinema, essa terminologia era oficialmente usada para este fim, que também forneceu a nomenclatura de atores "A" ou "B" (por exemplo, Ronald Reagan, o 40º presidente dos Estados Unidos, fez carreira atuando em filmes B). As principais produtoras tinham unidades próprias para esse tipo de filme, mas também havia pequenos estúdios como PRC, Consolidated, Ajax, Mascot, Puritan, Monogram, Principal etc, que se especializaram em fazer filmes B.

Esses estúdios eram referidos como pertencentes ao Poverty Row (Cinturão ou linha de Pobreza), termo usado para designar coletivamente as companhias localizadas numa região de Hollywood chamada Gower Street, que produziam filmes com orçamentos extremamente reduzidos. Um estúdio do Poverty Row era capaz de rodar um faroeste de uma hora em apenas dois dias e meio, gastando somente oito mil dólares! Vários desses estúdios, entre eles Mascot e Monogram, fundiram-se em 1934 e formaram a Republic Pictures. Apesar de ter produzido alguns filmes de orçamento considerável, a Republic nunca perdeu a fama de estúdio de segunda classe, mesmo porque ela foi a rainha dos filmes B. 

O fim da chamada "Era de Ouro de Hollywood", que se estendeu dos anos 1920 até os anos 1950, resultou não só no fechamento dessas companhias como também no fim dos próprios filmes B, independentemente de terem sido produzidos por grandes ou pequenos estúdios. A maior parte dos cinemas 'drive-in' fechou, e as exibições duplas rarearam. Hoje a distinção entre Filme Classe A e Filme B é feita levando-se em conta outros critérios, além do orçamento.

O Livro

O autor e cinéfilo César Almeida teve uma louvável ideia: resgatar um pouco da história destes filmes, fazendo uma lista, comentada, de mais de 100 filmes do sub-gênero, trazendo muitos filmes de volta das cinzas (ou exumando, como disse Carlos Primati, no brilhante prefácio).

O livro é tão interessante, que mesmo para mim, que viu quase 18 mil filmes, listei uns 15 que eu não havia visto (nem ouvi falar, para dizer mais precisamente), o que demonstra um trabalho muito bem feito, de quem faz com propriedade e o conhecimento da importância de tais filmes para o cinema.

As resenhas vem com comentários sobre os filmes, dissecando suas histórias e curiosidades, sempre situando as produções em seu tempo. Excelente guia do cinema de baixo orçamento.Obrigatório, que além dos textos, vem dois lindos marca textos da Editora Estronho, bem como quatro lindos mini posters de filmes citados no livro. Mais um trabalho impecável da editora, que vale a pena ser conferido. 


Dados técnicos


Formato: 16 x 23 cm
Capa: Brochura c/orelhas
Páginas : 320 sendo 16 coloridas
Papel: Offset 75g c/acabamento cinza
Coleção : Cinema Estronho
ISBN: 978-85-64590-76-2


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