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FELIPE BOSO BRIDA - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

Felipe Brida, 30 anos, jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Nascido e residente em Catanduva (interior de São Paulo) é pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e cursos de cinema em faculdades e universidades de todo o país. Professor nas áreas de Semiótica, História da Arte, História do Cinema e História da Fotografia, dá aulas no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e é coordenador da área de Comunicação e Artes do Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). 

Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Cinema na Web desde 2008. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002), Webcena (2001-2003) e Setor Cinema (2003-2008), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Autor do livro “Cinema em Foco - Críticas selecionadas” (2013). Contato: felipebb85@hotmail.com

1) Quando nasceu sua paixão pelo cinema? Houve aquele momento em que olhou para trás e pensou: sou cinéfilo!! 

F.B.B.: Meu gosto pela Sétima Arte surgiu na infância, época em que descobri a magia da imagem em movimento. Minha mãe, minha madrinha e dois tios sempre apreciaram filmes de qualidade e me levavam ao cinema e indicavam títulos dos extintos VHS para eu apreciar. Um dos meus tios, professor de História, falava na minha orelha: “Pegue correndo ‘O poderoso chefão’. Não deixe de lado ‘O último imperador’. Você precisa assistir a ‘Serpico’. O quê? Não viu ‘Ladrões de bicicleta’?”. 

Dos meus 6 aos 9 anos me marcaram filmes como “Uma cilada para Roger Rabbit”, “O silêncio dos inocentes”, “Mad Jake - No caminho da morte”, que acabei ganhando de presente em VHS. Todos legendados, e eu, bem pequeno, assistia pausando para acompanhar as legendas na tela. Foi uma época de descoberta e grande apreciação que contribuiu para minha formação em cinema, muito tempo depois.

2) Ser cinéfilo muitas vezes está atrelado ao colecionismo. Você coleciona filmes, cds ou algo relacionado à 7ª arte? Quem curte cinema, costuma ter suas relíquias em casa...

F.B.B.: Sempre fui colecionador. Dos meus 8 aos 16 comprava VHS e cheguei a ter, em casa, cerca de 1000 títulos. Em 2001 adquiri meu primeiro DVD player, então passei a colecionar os filmes em disco, uma grande novidade e revolução para o mercado na época. Transcorridos 15 anos, ainda permaneço firme na minha coleção de DVDs (e Blu-rays de um tempo para cá). Montei um escritório no meu apartamento voltado a essa coleção. Tenho aqui uns 3,5 mil títulos em DVDs (originais, logicamente) e 100 Blu-rays. 

Nas minhas andanças, a trabalho e a passeio, procuro locadoras que estão fechando para adquirir filmes em bom estado. Tenho títulos raros comprados fora do país, em viagens por aí, nunca lançados no Brasil - por exemplo, “O mundo de Henry Orient” (1964), com Peter Sellers, “Cinderelo sem sapato” (1960), comédia com Jerry Lewis, “Caminhando com o amor e a morte” (1969), fita em que John Huston dirigiu e lançou sua filha ao cinema, Anjelica Huston, e a fita de horror “Creepshow” (1982). Guardo com carinho alguns VHS também. Ah, fui ainda colecionador de fitas cassetes (música), tampinhas de garrafa, caixas de cigarro, bolinha de gude, caixas de remédio, tazzo, selos, álbuns de figurinha etc.

3) E quando se tornou crítico de cinema? 

F.B.B.: Aos 13 anos, em 1998, comecei os primeiros passos na crítica cinematográfica. Criei um site com meu primo, Tomás Vinhal (ele manjava muito de html e eu, de textos) intitulado “Go!Cinema” e fizemos uma parceria que deu bons frutos. Ele montava o layout do site e eu escrevia resenhas de filmes. Por três anos pudemos desenvolver esse trabalho. Lembro-me dos meus primeiros textos: “Scarface” (1983), “Fantasmas” (1998), “Central do Brasil” (1998), “O poderoso chefão” (1972) e “O poderoso chefão II” (1974). Desde pequeno gostava de redação, escrevia consideravelmente bem, e coloquei em prática nesse hobby (que depois virou profissão).

Aos 18 anos ingressei na faculdade de Comunicação Social, na Unirp (São José do Rio Preto) e lá me formei em Jornalismo – e anos depois terminei minha especialização em Artes Visuais na Unicamp (Campinas) e entrei no Mestrado em Cinema na mesma instituição. Tenho publicado mais de três mil resenhas e críticas de filmes – e algumas delas estão no meu livro “Cinema em Foco – Críticas selecionadas” (2013). E como todo crítico que se preza, tenho a meta diária de ver filmes – hoje, devido ao corre-corre da vida acadêmica, confiro dois por dia, e nos finais de semana, com o tempo mais livre, chego a ver de oito a dez filmes.

4) O que o motivou a escrever seu livro? Era um sonho ou foi consequência de sua trajetória?

F.B.B.: Muitos leitores do meu blog e amigos pessoais me cobravam um livro. Um dia, deu um estalo aqui: “Por que não reunir parte do material que já publiquei numa espécie de guia?”. Passei então a reler os textos escritos (tinha tudo no meu notebook). Separei críticas, de 2004 a 2012, de filmes que gostava bastante e que seriam indispensáveis para os que apreciam o bom cinema – e assim materializei aquilo tudo num livro de “Críticas selecionadas”, somente de filmes tidos por mim como bons ou ótimos. Foi um processo de quase quatro meses, pois reli cerca de 2 mil textos para pinçar 15% do montante (retirei os filmes ruins, pois o objetivo era um guia de filmes legais para os leitores). E então nasceu um dos meus filhotes, parte da trajetória de quase 15 anos dedicados à Sétima Arte.

5) Cinéfilos tem suas preferências. Existe uma lista dos "filmes da sua vida"? Ou pelo menos, uns 10 que tenham marcado você...

F.B.B.: São muitos. Separei abaixo alguns em ordem alfabética.

A fonte das donzelas (1959); A Fúria (1978); A Malvada (1950); A Morte do Demônio (1982); A partida (2008); A primeira página (1974); Amadeus (1984); As Bruxas de Eastwick (1987); As Horas (2002); Cabo do Medo (1991); Central do Brasil (1998); Cinema Paradiso (1988); Como Era Verde o meu Vale (1941); Corpos Ardentes (1981); Crepúsculo dos Deuses (1950); Cria cuervos (1975); Doze Homens e Uma Sentença (1957); Entre Deus e o Pecado (1960); Era Uma Vez na América (1984); Era Uma Vez no Oeste (1968); Estômago (2007); Furyo - Em Nome da Honra (1983); Golpe Sujo (1978); Gritos e Sussurros (1972); Hair (1979); História Real (1999);

Interiores (1978); Kill Bill Vol. 1 e 2 (2003/2004); Louca Obsessão (1990); Mar Adentro (2004); Meu Pé Esquerdo (1989); Meu Ódio Será Tua Herança (1969); Nosso Querido Bob (1991); O baile (1983); O Bebê de Rosemary (1968); O enigma de Andrômeda (1971); O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (2001); O Falcão Maltês (1941); O Iluminado (1980); O Quarto do Filho (2001); Os Bons Companheiros (1990); Os Fuzis (1964); Os Gritos do Silêncio (1984); Os Sete Gatinhos (1980); Papillon (1973); Rede de Intrigas (1976); Síndrome da China (1979); Taxi Driver (1976); Tempo de Despertar (1990); Todos os Homens do Presidente (1976); Tragam-me a cabeça de Alfredo García (1974); Um dia, um gato (1963); Um Estranho no Ninho (1975); Um Lobisomem Americano em Londres (1981); Um Violinista no Telhado (1971); Uma pulga na balança (1953); Zelig (1983); Zorba, o Grego (1964)

M.V.: Uma lista bem eclética, por sinal.

6) Fale um pouco dos seus projetos para este ano. Tanto os que estão acontecendo quanto os previstos para começar.

F.B.B.: Continuar na prazerosa toada de assistir a filmes, escrever para o público para indicar boas obras que estão no mercado, organizar meu segundo livro de críticas e ensinar ainda mais meus alunos a descobrirem o prazer do cinema, da fotografia e das artes em geral.

7) E para finalizar, se pudesse deixar uma lição do tempo que tem se dedicado ao cinema, qual seria?

F.B.B.: Cinema, fotografia, artes plásticas, teatro, ou seja, a arte em geral nos transforma como cidadãos. Pode tocar o nosso sentimento mais íntimo, pode nos fazer questionar a realidade, pode provocar reflexão sobre nós mesmos. Como pensou Oscar Wilde, “A finalidade da arte é, simplesmente, criar um estudo da alma”. Vivamos então a arte em todo lugar!

M.V.: Obrigado amigo. Tudo de bom e sucesso.


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