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AMOR POR DIREITO (2015) - CRÍTICA POR RUBENS EWALD FILHO


Amor por Direito (Freedheld)

EUA, 2015. 103 min. Direção de Peter Sollet. Roteiro de Ron Nyswaner. Paris Filmes. Com Julianne Moore, Ellen Page, Steve Carell, Michael Shannon, Luke Grimes, Gabriel Luna, Josh Charles, William Sadler.

Os critérios do Oscar são muito estranhos, conseguiram dar prestigio ao filme Carol de Todd Haynes com Rooney Mara e Cate Blanchett (que depois de ter sido muito badalado e indicado a 6 Oscars acabou decepcionando). Mas os sócios da Academia devem ter tido espaço para um único filme sobre lesbianismo porque se esqueceram deste drama baseado em fatos reais e a meu ver muito superior, inclusive com outra grande interpretação de Julianne Moore (que no mínimo deveria ter sido indicada!). Um filme tocante, muito bem realizado e interpretado. Foi votado o melhor filme do Festival de San Sebastian, o mais importante da Espanha.

O diretor Sollett ainda não conseguiu ficar muito famoso, mas fez um filme interessante, Nick & Norah, uma Noite de Amor e Música, 08, e episódios de séries como Vynil. O roteirista Nyswaner foi indicado ao Oscar por Filadélfia (93) sobre gay que processa empregador que o despede por ter Aids, que premiou Tom Hanks, escreveu ainda roteiros para as séries Homeland, Ray Donovan, E ainda foi diretor dos filmes, O Príncipe da Pensilvânia, 88, com Keanu Reeves, O Despertar de uma Paixão (The Painted Veil como Naomi Watts), Por que Parar Agora,12 com Jesse Eisenberg. Curiosamente Ellen Page, que tem papel marcante aqui no filme, durante as filmagens saiu do armário e se assumiu lésbica. Outro detalhe interessante: o filme teve 32 produtores, o que deve ser algum tipo de recorde. Outro: a diretora de fotografia Cynthia Wade deste filme antes disso fez também um documentário de 39 minutos sobre o mesmo tema e com o mesmo nome, dirigido por ela mesma.

Esta é a história de uma policial-detetive a tenente Laurel Hester, que trabalha numa cidade de Nova Jersey, que começa um relacionamento com uma garota bem mais nova e com quem se da muito bem, chegando a morarem juntas (papel de Ellen) . O problema sucede quando Laurel (Moore) descobre que está sofrendo de uma câncer incurável e tenta deixar os benefícios para a companheira que já era praxe dos heteros. Mas os donos do poder na cidadezinha recusam-se a fazer isso. Começa então uma pressão forte sobre eles, num julgamento e até mesmo um hetero de poucas palavras toma a defesa de sua colega (outra presença marcante de Michael Shannon). Há outra figura importante e outro ponto para o ótimo ator Steve Carell que demonstra sua versatilidade como um líder gay que vem ajudar a fazer pressão nos assustados executivos.

Muito melhor que Carol, mais forte, mais humano, menos posado, Amor por Direito é um dos melhores já feitos sobre o tema e merece ser descoberto (o filme foi muito mal de bilheteria por lá, não passou os 500 mil dólares, o que pode explicar porque foi esnobado pela Academia que simplesmente não o assistiu).

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