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NOÇÕES DE PLANOS E ENQUADRAMENTOS


INTRODUÇÃO:

Nossa iniciativa tem por finalidade apresentar os principais conceitos do cinema, sem aprofundar ou mesmo discutir cada conceito, apenas mostrar cada um e colocar filmes de referência, para os interessados buscarem na prática, os conceitos aqui estabelecidos. Fiquem com o conceito de hoje e não deixem de acessar os demais.

PLANO NO CINEMA

Plano, em cinema, é um trecho de filme rodado ininterruptamente, ou que parece ter sido rodado sem interrupção. É, portanto, um conjunto ordenado de fotogramas ou imagens fixas, limitado espacialmente por um enquadramento (que pode ser fixo ou móvel) e temporalmente por uma duração. Fotogramas, planos, cenas e sequências constituem uma hierarquia de unidades do produto audiovisual, tanto para o planejamento e realização quanto para a recepção e análise do seu significado.


Plano na filmagem

No momento da filmagem, o plano inicia-se sempre que a câmera é ligada para a captação de imagens e termina quando ela é desligada. Neste sentido, a noção de plano confunde-se muitas vezes com a de tomada. No entanto, no cinema ficcional, um mesmo trecho narrativo pode ser encenado e filmado várias vezes de um mesmo ponto de vista, constituindo várias tomadas de um mesmo plano. Portanto, na filmagem, cada tomada é uma tentativa de rodar um plano.

O par de conceitos plano/tomada possui correspondência em outras línguas: shot/take (inglês), plan/prise (francês), plano/toma (espanhol), Einstellung/Take (alemão), etc.

Plano na montagem

No processo de montagem, partes do início e do final de cada plano rodado são eliminadas, sendo determinada a sua duração definitiva, atendendo a critérios de ritmo e fluência. Um único plano pode ser dividido em trechos menores e dar origem a dois ou mais planos, que serão intercalados com outros dentro de uma cena ou sequência.

Além disso, se foram rodadas várias tomadas de cada plano, o montador deverá escolher qual delas é a melhor, levando em conta critérios de interpretação dos atores, qualidade técnica da fotografia, movimentos de câmara, som, enquadramento, etc. Portanto, na montagem, cada tomada é uma opção de plano.

Plano no filme

No filme finalizado, o plano não será mais um trecho inteiro de filme rodado, mas apenas o trecho selecionado pelo montador, eventualmente modificado pelo processo de pós-produção. O plano é então percebido como um trecho de filme situado entre dois cortes.

Por outro lado, no filme pronto o plano não é mais um conjunto de tentativas de filmagem ou de opções de montagem, mas uma única escolha, montada em sequência com os demais planos do filme. No filme pronto, a tomada deixa de existir, ou então torna-se sinônimo de plano.


Enquadramento

A noção de enquadramento é a mais importante da linguagem cinematográfica. Enquadrar é decidir o que faz parte do filme em cada momento de sua realização. Enquadrar também é determinar o modo como o espectador perceberá o mundo que está sendo criado pelo filme. Quem enquadra bem, com senso narrativo e estético, escolhendo acertadamente como as coisas e as pessoas são filmadas em cada plano do filme, tem meio caminho andado para contar uma boa história com o cinema. Quem não sabe enquadrar está desperdiçando uma ferramenta fundamental da linguagem do seu filme e deveria procurar outra coisa pra fazer na vida.

O enquadramento depende de três elementos: o plano, a altura do ângulo e o lado do ângulo. Esse “plano” que aparece agora não é aquele mesmo “plano” de que falamos há pouco (tudo que está entre dois cortes). Plano é uma das palavras mais comuns e mais escorregadias do cinema. Além de ser uma noção da estrutura do filme, ele também é o principal componente do enquadramento. Basicamente, poderíamos dizer que escolher o plano é determinar qual é distância entre a câmera e o objeto que está sendo filmado, levando em consideração o tipo de lente que está sendo usado. Mas, em vez de explicar com conceitos, é bem mais fácil explicar como as coisas funcionam na prática.


Tipos de Plano


Quanto à distância que o objeto é filmado (enquadramento)

No começo do cinema, os americanos criaram três tipos básicos de planos, que ainda hoje resolvem, embora de modo simples, a maioria dos nossos problemas de enquadramento. Para simplificar, vamos considerar que a câmera está utilizando uma objetiva normal, que “vê” as coisas do mesmo modo que um olho humano (ângulo visual de mais ou menos 90%).

(a) PLANO ABERTO (“LONG SHOT”) – a câmera está distante do objeto, de modo que ele ocupa uma parte pequena do cenário. É um plano de AMBIENTAÇÃO.

(b) PLANO MÉDIO (“MEDIUM SHOT”) – a câmera está a uma distância média do objeto, de modo que ele ocupa uma parte considerável do ambiente, mas ainda tem espaço à sua volta. É um plano de POSICIONAMENTO e MOVIMENTAÇÃO.

(c) PLANO FECHADO (“CLOSE-UP) – a câmera está bem próxima do objeto, de modo que ele ocupa quase todo o cenário, sem deixar grandes espaços à sua volta. É um plano de INTIMIDADE e EXPRESSÃO.


Determinar qual é o plano (noção principal de enquadramento) em cada plano (noção de estrutura do filme) que será rodado é responsabilidade do diretor, que normalmente ouve o diretor de fotografia. Os dois têm que falar a mesma linguagem. Se eles se entenderem bem com esses três conceitos (“aberto”, “médio” e “fechado”) nada mais é necessário. Ajustes finos podem ser feitos com variantes (“um pouco mais aberto”, “um pouco mais fechado”, etc.).

Na hora de analisar um filme, contudo, ou de planejá-lo com um nível maior de detalhamento, os planos podem ser classificados de uma forma mais complexa. As gramáticas da linguagem cinematográfica variam bastante, de modo que a lista a seguir é apenas uma das possibilidades. Eu ví em vários sites formas bem similares, mas com pequenas variações.

(a) PLANO GERAL (PG) – Com um ângulo visual bem aberto, a câmera revela o cenário à sua frente. A figura humana ocupa espaço muito reduzido na tela. Plano para exteriores ou interiores de grandes proporções. Também chamado, na intimidade, de “Geralzão”.

(b) PLANO DE CONJUNTO (PC) – Com um ângulo visual aberto, a câmera revela uma parte significativa do cenário à sua frente. A figura humana ocupa um espaço relativamente maior na tela. É possível reconhecer os rostos das pessoas mais próximas à câmera. Também poderíamos chamá-lo de “Geralzinho”.

(c) PLANO MÉDIO (PM) – A figura humana é enquadrada por inteiro, com um pouco de “ar” sobre a cabeça e um pouco de “chão” sob os pés.

(d) PLANO AMERICANO (PA) – A figura humana é enquadrada do joelho para cima.

(e) MEIO PRIMEIRO PLANO (MPP) – A figura humana é enquadrada da cintura para cima.

(f) PRIMEIRO PLANO (PP)   – A figura humana é enquadrada do peito para cima. Também chamado de “CLOSE-UP, ou “CLOSE”.

(g) PRIMEIRÍSSIMO PLANO (PPP) – A figura humana é enquadrada dos ombros para cima. Também chamado de “BIG CLOSE-UP” ou “BIG-CLOSE”.

(h) PLANO DETALHE (PD) – A câmera enquadra uma parte do rosto ou do corpo (um olho, uma mão, um pé, etc.). Também usado para objetos pequenos, como uma caneta sobre a mesa, um copo, uma caixa de fósforos, etc.
Os outros dois componentes do enquadramento dependem do ângulo que a câmera está em relação ao objeto filmado.


Quanto ao ângulo

Em relação à ALTURA DO ÂNGULO, são cinco posições fundamentais:

(a) ÂNGULO NORMAL – quando ela está no nível dos olhos da pessoa que está sendo filmada.

(b) PLONGÉE (palavra francesa que significa “mergulho”) – quando a câmera está acima do nível dos olhos, voltada para baixo. Também chamada de “câmera alta”.

(c) CONTRA-PLONGÉE (com o sentido de “contra-mergulho”) – quando a câmera está abaixo do nível dos olhos, voltada para cima. Também chamada de “câmera baixa”.

(d) ZENTIAL (ou plongê absoluto): a câmara é colocada no alto do cenário, apontando diretamente para baixo. Seu nome provém da palavra zênite, que é o ponto central do céu quando olhamos diretamente para ele.
(e) CONTRA-ZENITAL (contra-plongê absoluto): a câmara aponta diretamente para cima.

Há uma possível confusão com um outro tipo de enquadramento, quando a câmera está numa posição inferior, mas seu ângulo é normal (não está virada para cima). Nesse caso, que poderíamos chamar de “ponto de vista de uma barata”, não se trata de um contra-plongée.
É claro que o conceito não serve só para filmar pessoas. Você pode enquadrar um carro, um navio, ou uma casa, em ângulo normal, plongée, ou em contra-plongée.


Em relação ao LADO DO ÂNGULO, são cinco posições fundamentais:

(a) FRONTAL – a câmera está em linha reta com o nariz da pessoa filmada.

(b) 3/4 – a câmera forma um ângulo de aproximadamente 45 graus com o nariz da pessoa filmada. Essa posição pode ser realizada com muitas variantes.

(c) PERFIL – a câmera forma um ângulo de aproximadamente 90 graus com o nariz da pessoa filmada. O perfil pode ser feito à esquerda ou à direita.

(d) DE NUCA – a câmera está em linha reta com a nuca da pessoa filmada. É um dos ângulos preferidos do cineasta Gus Van Sant, usado até à exaustão em “Elefante” (2003).

(e)  1/4 –  ângulo intermediário entre o lateral e o traseiro.

É claro que, mais uma vez, o conceito não serve só para filmar pessoas. Basta você encontrar o que o prof. Aníbal chama de “nariz metafísico” num carro, navio, ou casa.


A combinação do PLANO, da ALTURA DO ÂNGULO e do LADO DO ÂNGULO determinará o seu enquadramento.

Uma outra noção importante é o EXTRA-QUADRO, aquilo que não está sendo mostrado pela câmera, mas que pode ser imaginado pelo espectador, ou registrado pelo som. Dizemos que alguém ou alguma coisa está FORA DE QUADRO (FQ), ou OFF, quando não está visível naquele enquadramento, mas faz parte da história. Em livros sobre linguagem de cinema, as expressões FORA DE QUADRO e OFF assumem significados distintos, mas não vale a pena perder tempo com isso.

Quanto a duração

  • Plano relâmpago: dura menos de um segundo, correspondendo quase a um piscar de olhos.
  • Plano-sequência: é um plano tão longo que se pode dizer que corresponde a uma sequência inteira do filme.
  • Entre esses dois extremos, pode haver planos mais curtos (com duração de uns poucos segundos) ou mais longos (durando um ou vários minutos). Mas é claro que a percepção de um plano como curto ou longo depende não apenas de sua duração, mas também do que acontece no decorrer do plano


Quanto ao movimento

  • Plano fixo: é aquele em que a câmara permanece fixa, sobre o tripé ou outro equipamento adequado, ainda que haja movimento interno no plano, de personagens, objetos, veículos, etc.
  • Panorâmica: é o plano em que a câmara, sem se deslocar, gira sobre seu próprio eixo, horizontal ou verticalmente.
  • Travelling: é o plano em que a câmara se desloca, horizontal ou verticalmente, aproximando-se, afastando-se ou contornando os personagens ou objetos enquadrados, sendo para isso utilizado algum tipo de veículo (carrinho), sobre rodas ou sobre trilhos, ou com a câmara na mão ou ainda com algum tipo de estabilizador.
  • Zoom: é um movimento aparente de aproximação (zoom in) ou de afastamento (zoom out) em relação ao que é filmado, provocado por uma manipulação das lentes da câmara, sem que a câmara em si execute qualquer deslocamento ou rotação.


Fonte: Wikipédia, Primeiro Filme

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