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O QUE É A NOUVELLE VAGUE FRANCESA


INTRODUÇÃO:

Nossa iniciativa tem por finalidade apresentar os principais conceitos do cinema, sem aprofundar ou mesmo discutir cada conceito, apenas mostrar cada um e colocar filmes de referência, para os interessados buscarem na prática, os conceitos aqui estabelecidos.

Fiquem com o conceito de hoje e não deixem de acessar os demais.

Nouvelle vague

A Nova onda, ou popularmente conhecida como Nouvelle vague foi um movimento artístico do cinema francês que vinha de encontro às grandes produções americanas, sendo uma forma de contestar o domínio daquele cinema.  Ainda que seja um movimento dos anos 60,  a expressão foi lançada por Françoise Giroud em 1958  na revista L’Express ao fazer referência a novos cineastas franceses. Foi um movimento transgressor, batendo de frente com a soberania do cinema blockbuster.

Momento ...

Com o fim do do realismo poético francês (leia sobre ele aqui), o cinema de autor se tornou necessário na visão dos cineastas franceses.  O marco inaugural deste movimento é considerado o filme Nas Garras do Vício (Le Beau Serge), do diretor Claude Chabrol. Logo em seguida, surgiram filmes que se tornaram clássicos como Acossado (A Bout de Souffle, 1959) e Alphaville (1965), de Jean-Luc Godard,  Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups, 1959) e Jules et Jim (1962) de François Truffaut.

Neste contexto, além dos nomes acima citados, Alain Resnais, Jacques Rivette, Claude Chabrol, Eric Rohmer e Agnès Varda foram fundamentais para o movimento, sendo que grande parte trabalhava com crítica de cinema na revista Cahiers Du Cinéma. 

Principais características:

  • Técnicas inovadoras de movimentação de câmera e de montagem;
  • Narrativa não linear;
  • Intransigência com os moldes narrativos do cinema estabelecido, através do amoralismo, próprio desta geração, presente nos diálogos e em uma montagem inesperada, original, sem concessões à linearidade narrativa;
  • Sensualidade sutil mostrando a beleza das musas da época;
  • Temas ousados abordados na maioria dos filmes;
  • Havia características de personagens comuns na época, como um adolescente rebelde, um assassino em fuga, homens e mulheres que traem os parceiros e um aberto triângulo amoroso;
  • Cenas de nudez, que conferem um erotismo sugerido, pouco explicito, mas muito sensual;
  • A mulher era tratada com total respeito e admiração.


A política de autores.

O termo foi criado pelos críticos da Cahiers du Cinéma. Para eles, a obra deveria ser autoral, um reflexo de quem o produzia, ocasionando um filme pessoal.  O movimento não era considerado uma escola por seus idealizadores. 

É fácil notal esta característica nos cineastas da Nova Hollywood, que a Nouvelle Vague tanto influenciou. Você consegue identificar quando um filme é, por exemplo, dirigido por Robert Altman, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola ou Steven Spielberg.

No final das contas, cada cineasta da Nouvelle Vague seguiu seu caminho, seguindo suas próprias tendências, sendo que alguns permaneceram fiéis às suas loucuras, como Godard.

A Nouvelle Vague então incorporou o cinema de autor, influenciado também pelo neo-realismo italiano. Eles dão destaque a caras como Alfred Hitchcock que conseguiram fazer o tal cinema de autor pretendido, inserido suas marcas pessoais nas películas.

Pequeno infográfico para entender melhor o movimento:

Ideal cinematográfico


  • Defender a Política de Autores e romper com o tradicional; retratar o real de forma metafórica. Transgressão, juventude, crítica, discussão, cinefilia, memória e polêmica. Cinema ativista.

Como era ..:
  • Produções baratas (várias delas, financiadas pelos próprios diretores)
  • Atores pouco conhecidos
  • Muitas filmagens nas ruas, em oposição aos estúdios
  • Tramas com idas e vindas no tempo, rompendo com a narrativa linear tradicional
  • Liberdade estética: cortes repentinos e a câmera em qualquer ângulo ou posição
  • Temas cotidianos e tabus
  • Personagens à margem da sociedade, como criminosos, adúlteros e rebeldes
  • Roteiro bem livre


Cinema de autores

  • Conheça os diretores que mais se consagraram abaixo:
FRANÇOIS TRUFFAUT (1932-1984)

Principal nome do movimento ao lado de Godard. Os Incompreendidos (1959), Jules e Jim (1961) estão entre os filmes mais importantes do movimento. Logo em seu primeiro longa, Os Incompreendidos, venceu o Festival de Cannes. Em 1974, levou o Oscar de melhor filme estrangeiro por A Noite Americana.

JEAN-LUC GODARD

Jean-Luc Godard é um cineasta franco-suíço reconhecido por um cinema vanguardista e polêmico. Viver a vida, de 1962 e  Banda à parte de 1964 estão entre os filmes mais importantes do movimento.
Foi o que mais produziu e inovou. Mas também é considerado um dos responsáveis pelo fim do movimento, após brigar, em 1968, com seu então grande amigo Truffaut. Hoje, é o maior mito vivo do cinema francês e continua trabalhando (pelo menos até 2019).
Veja seus 10  filmes essenciais clicando no nome do diretor acima. 



ERIC ROHMER (1920–2010)

Foi o primeiro dos jovens críticos a se tornar diretor editorial da Cahiers du Cinéma após a morte de André Bazin, que morreu jovem, aos 40 anos, em 1958. Seus filmes na Nouvelle Vague não foram grandes sucessos, mas, na década de 70, seu nome foi lembrado e até hoje é um dos membros mais apreciados.

Principais filmes: O signo do leão (1962) e A colecionadora (1967).

JACQUES RIVETTE (1928-2016)

Repercutiu com seu segundo longa, A Religiosa, adaptação de uma peça de Diderot. A história de uma jovem freira perseguida por suas superioras chocou a França e foi censurada em vários países. No final das contas, ajudou a quebrar alguns tabus da época. Com o fim do movimento, Rivette, como tantos outros, migrou para a TV.

Principais filmes:  Paris nos pertence de 1962 e A religiosa de 1966.
Veja seus 10  filmes essenciais clicando no nome do diretor acima. 

CLAUDE CHABROL (1930-2010)

Financiado por uma herança, foi o primeiro do grupo a rodar um filme, em 1958. Seus primeiros trabalhos têm tom sóbrio e muito suspense.Na década de 60, sua produção ficou um pouco parada, até voltar à ativa, com vários sucessos após as revoltas estudantis de maio de 1968, que marcaram a França. Em meados dos anos 70, foi para a TV.

Principais filmes: Os primos (1958) e A mulher infiel (1968)


Influência exercida no mundo do cinema

  • Foram os cineastas desta escola que iniciaram a defesa pelo cinema de autor, ou seja, o reconhecimento do diretor como autor de sua obra;
  • Mudança radical na forma de se fazer, analisar e compreender o cinema;
  • Consolidação do cinema como arte e surgimento da Política dos autores;
  • Nos EUA, influenciou os realizadores da 'Nova Hollywood'.
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